Operação Ross: senadores e deputados federais são alvo da PF por corrupção e lavagem de dinheiro

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público cumprem nesta terça-feira (11) 24 mandados de busca e apreensão, assim como 48 intimações para oitivas no Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Bahia, além de Mato Grosso do Sul, do Tocantins e Amapá. São investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Os alvos são o senador Aécio Neves (PSDB-MG), a irmã dele, Andrea Neves, e o primo Frederico Pacheco de Medeiros. Também estão na mira os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e José Agripino Maia (DEM-RN). A Operação Ross investiga também os deputados Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Benito Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB-RJ).

A PF no Distrito Federal confirmou a Operação Ross. Ao todo, 200 homens trabalham na ação que investiga o recebimento de vantagens indevidas por parte dos parlamentares no período de 2014 a 2017.

A Operação Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, supostamente utilizados para obtenção de apoio político, ultrapassam a cifra de R$ 100 milhões.


Alça de mira

Os mandados de busca e apreensão são cumpridos em apartamentos de Aécio Neves e sua irmã, Andrea, no Rio de Janeiro, assim como no de Cristiane Brasil, também na capital fluminense. Em São Paulo, o imóvel de Paulinho da Força está na mira, assim como os apartamentos de Aécio e Anastasia em Belo Horizonte.

Os mandados foram expedidos também para imóveis de Agripino Maia e Benito Gama, em Natal e Salvador. A autorização foi dada com base no Inquérito 4.519, relatado pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Denúncias

A operação baseia-se em informações de empresários, que relataram a promotores a emissão de “notas fiscais frias” como forma de dar origem aos recursos usados para o pagamento de propina. Há denúncias, ainda sob investigação, sobre a suposta compra de apoio político, e que empresários teriam ajudado com doações de campanha e caixa 2, por meio de “notas frias”.

Pia batismal

O nome da Operação Ross é referência ao explorador britânico James Clark Ross, que dá nome à maior plataforma de gelo do planeta, na Antártida, fazendo alusão às “notas fiscais frias” que estão sendo investigadas. (Com ABr)