Filho de Mourão é promovido a assessor especial da presidência do BB e embolsará bônus

General da reserva e vice-presidente da República, Hamilton Mourão é a voz dissidente que preocupa o staff do Palácio do Planalto. Tanto é assim, que o presidente Jair Bolsonaro tenta desde a campanha, sem sucesso, controlar a verborragia de Mourão, que demonstrou ao longo dos últimos meses não se importou com os pedidos do companheiro de chapa. Como forma de rebater a insubordinação, o presidente decidiu isolar Mourão no âmbito do governo, deixando o general de fora de qualquer posto, além daquele que já ocupa.

Talvez aconselhado por alguns assessores mais próximos, sempre preocupados com os efeitos colaterais do descontentamento do vice, Bolsonaro deu sinal verde ao novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para “puxar” o filho de Mourão a cargo mais glamouroso na estrutura da instituição financeira.

Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, foi nomeado assessor especial do novo presidente do Banco do Brasil. Antonio Hamilton era, até então, assessor especial do BB e ganhava R$ 12 mil mensais. Na nova função, o filho de Mourão embolsará R$ 36 mil mensais.


Como se não bastasse o considerável “upgrade” salarial, Antonio Hamilton ingressará no cobiçado e “rechonchudo” Programa de Alternativas para Executivos em Transição (PAET), que garante ao sortudo bônus para quem ocupou cargo no banco por dois anos. O valor do benefício é, em média, de R$ 2 milhões. Montante considerável para um governo cujo presidente prometeu acabar com “farras oficiais”.

A promoção de Antonio Hamilton não consta na lista de nomeações divulgada pelo BB em comunicado ao mercado financeiro, mas foi confirmada pela assessoria da instituição ao site “O Antagonista”. De acordo com o Banco do Brasil, o filho de Hamilton Mourão, há 18 anos na instituição, ajudará Rubem Novaes na área do agronegócio, sua especialidade.

Ao discursar em sua cerimônia de posse, no Palácio do Planalto, Novaes disse, na segunda-feira (7), que desde o início da campanha de Jair Bolsonaro trabalhou “como um soldado”. Coincidência ou não, respeitando a hierarquia das patentes militares, horas mais tarde o filho do general Hamilton Mourão estava promovido e mais rico. Coisas do Brasil, que continuará a assistir o chamado “mais do mesmo”. Resumindo, os palacianos deram o primeiro “sossega leão” no intrépido vice. Enfim…