Internado há 11 dias em São Paulo, Bolsonaro apresenta febre e é diagnosticado com pneumonia

Boletim médico divulgado nesta quinta-feira (7) revela que o presidente Jair Bolsonaro está com pneumonia, detectada após a constatação de febre e realização de tomografia.

“[Bolsonaro] foi submetido a tomografia de tórax e abdome, que evidenciou boa evolução do quadro intestinal e imagem compatível com pneumonia”, informa o boletim. Devido ao quadro de pneumonia, a medicação do presidente foi alterada.

“[Ele] continua sem dor, com sonda nasogástrica, dreno no abdome e recebendo líquidos por via oral em associação à nutrição parenteral”, prossegue o boletim. Os médicos informaram ainda que o presidente caminhou pelo corredor e realizou exercícios respiratórios.

De acordo com o porta-voz da Presidência, Otavio do Rêgo Barros, Bolsonaro teve febre de 38 graus. “O presidente vem recebendo administração de antibiótico de amplo espectro. Médicos optaram por acrescentar uma nova medicação. Esta ação vai debelar essa pneumonia que foi encontrada em seu pulmão”, destacou Barros.

Jair Bolsonaro ainda não tem previsão de alta, mas é possível que permaneça internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por pelo menos mais uma semana. Essa não é a primeira vez que o presidente tem febre após a cirurgia realizada no dia 28 de janeiro para retirada de bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito intestinal. Na última segunda-feira (4), os médicos adiaram a alta do presidente devido a febre e alterações apresentadas em exames laboratoriais.

Internado desde a véspera da cirurgia, Bolsonaro foi transferido para uma unidade de cuidados semi-intensivos no sábado após ter uma parada intestinal. No domingo, médicos descartaram complicações cirúrgicas.

Trata-se da terceira cirurgia a que Bolsonaro foi submetido desde que levou uma facada em um evento durante a campanha eleitoral, em 6 setembro do ano passado. O procedimento foi considerado menos arriscado que os anteriores.


Insistência suspeita

A insistência do presidente em retornar ao trabalho antes do pleno restabelecimento vem levantando suspeitas sobre sua relação com o vice Hamilton Mourão. Isso explica os ataques repentinos de que Mourão tem sido alvo nos últimos dias nas redes sociais, alguns orquestrados por pessoas próximas de Bolsonaro, a começar pelos filhos do capitão reformado.

Hamilton Mourão, que vem fazendo contraponto à postura intransigente de Bolsonaro, tem sido atacado por aliados radicais do presidente, mas não se deixa intimidar. De igual modo, o general da reserva parece não estar falando apenas no próprio nome, o que poderia estar causando preocupação ainda maior na família Bolsonaro. Em suas declarações, Hamilton Mourão teria o apoio não apenas dos generais palacianos, mas também da caserna.

No momento em que o Brasil precisa de estabilidade e tranquilidade, os filhos de Jair Bolsonaro preferem incendiar o paiol e ver o País pegar fogo. O que mais preocupa é a submissão do presidente da República em relação aos filhos. Com todo o staff presidencial à disposição, Bolsonaro transferiu ao filho Carlos a incumbência de decidir quem pode ter acesso a ele no hospital, em São Paulo.

Jair Bolsonaro corre o sério risco de em algum momento se indispor com o núcleo duro do governo por causa do excesso de ingerência dos filhos, em especial de Eduardo e Carlos, que não têm controle quando querem expor o que pensam.

O presidente pode acabar abandonado por seus principais colaboradores, porque nenhum general se submeterá ao devaneio de marmanjos descontrolados que são tratados como garotos mimados por um pai sem voz de comando.