No centro de nova polêmica envolvendo o Ministério da Educação, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez participará nesta terça-feira (26) de audiência na Comissão de Educação do Senado. O convite, que tinha como objetivo dar aos senadores a oportunidade de conhecer as ideias estapafúrdias do ministro para a Educação, teve a importância aumentada pelo comportamento utópico e totalitarista do titular da pasta.
Os senadores da comissão já avisaram que cobrarão de Vélez Rodríguez explicações sobre a carta enviada por e-mail a escolas públicas e privadas do País solicitando que as crianças se perfilem para cantar o Hino Nacional, que os alunos sejam filmados nesse momento e que as imagens sejam enviadas para o Ministério.
Assinada por Vélez Rodríguez, a mensagem solicita também que os professores leiam aos alunos uma carta da sua lavra que é finalizada com o slogan da campanha de Bolsonaro: “O Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.” A informação foi revelada pela jornalista Renata Cafardo, do jornal “O Estado de S. Paulo”.
“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvido na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”, ressalta a mensagem do ministro da Educação.
Dias após ter a eleição confirmada nas urnas do segundo turno, Jair Bolsonaro anunciou ao País que escolheria seus ministros com base na competência. Quem conhece o atual presidente sabe que a escolha seria um desastre, como é possível constatar, pois seu conceito de competência é absolutamente questionável.
De igual modo, o presidente afirmou que libertaria o País das amarrar ideológicas, mas esqueceu de avisar que apenas a sua ideologia é que prevaleceria, algo que já está patente. Afinal, ao recomendar aos professores a leitura do slogan da campanha de Bolsonaro, o ministro tenta promover doutrinação ideológica em larga escala. Caso a Procuradoria-Geral da República entre no caso, o ministro poderá ser alvo de denúncia por improbidade administrativa, com direito a condenação.
Há dias, o ministro da Educação, em entrevista à revista Veja, disse que o brasileiro quando viaja ao exterior comporta-se como um “canibal”. Ao justificar a necessidade de mais educação, Vélez Rodríguez disse que o brasileiro “rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”.
Vélez Rodríguez é um ultrarradical de direita que acredita ser a derradeira solução para os problemas da educação nacional, mas sequer conhece o Brasil a ponto de propor algo condizente com a nossa realidade. Não será dessa maneira que o Brasil conseguirá vencer as muitas batalhas no campo da Educação, pois é preciso se preocupar com tema desde a primeira infância, algo que o Estado, como um todo, não faz.
Querer mudar o Brasil a fórceps, como sugere o ministro, é algo típico de totalitaristas cuja estupidez já está comprometendo os neurônios. Vélez deveria voltar à terra natal, a Colômbia, já que por aqui figuras dessa estirpe os brasileiros mandaram às favas há muito tempo. Ou a parcela de bem da população acorda para a realidade, ou será tarde demais.