A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen, renunciou ao cargo neste domingo (8) em meio a frustrações do presidente americano, Donald Trump, com a situação na fronteira do país com o México.
Nielsen era a principal responsável pela execução das políticas migratórias do presidente, amplamente criticadas pela oposição e entidades de direitos humanos que acusam o governo de tratar os migrantes de forma desumana.
Sua saída já era cogitada há meses, principalmente após a renúncia do ex-chefe de gabinete da Casa Branca John Kelly, que havia indicado Nielsen para substituí-lo no comando da Secretaria de Segurança Interna (DHS).
“Decidi que este é o momento certo para sair”, escreveu Nielsen em sua carta de demissão. “Espero que o próximo secretário tenha o apoio do Congresso e dos tribunais para regular as leis que comprometeram nossa habilidade de levar segurança por completo às fronteiras da América.”
Nielsen esteve à frente de algumas das medidas mais controversas adotadas pelo governo na fronteira do país com o México. “O legado de Nielsen sempre estará unido à política de separação familiar”, disse a ONG americana America’s Voice em referência a uma das medidas mais impopulares da gestão de Trump, que provocou a separação de milhares de menores que cruzaram a fronteira sul do país de suas famílias.
Trump confirmou através do Twitter a saída de Nielsen e anunciou que o atual comissário do Escritório de Alfândegas e Proteção de Fronteiras, Kevin McAleenan, assumiria interinamente a DHS.
Fontes próximas a Nielsen afirmaram que ela teria se sentido cada vez mais frustrada em razão das dificuldades para realizar seu trabalho e se queixava da falta de apoio de outras secretarias de governo, além das contínuas interferências de membros do gabinete de Trump.
Ela é a mais recente baixa em meio a um número sem precedentes de trocas de posições no alto escalão do governo americano e era a mulher em posição mais alta no gabinete de Trump. (Com agências internacionais)