Moro, em decisão típica da ditadura, autoriza a ocupação da Esplanada pela Força Nacional por 33 dias

Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, com o passar dos dias, revela sua verdadeira face, que se contrapõe ao discurso farsesco do palestrante que fala em democracia e liberdades.

De acordo com a Portaria nº 441, publicada na edição desta quarta-feira (17 do Diário Oficial da União, Moro autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública durante manifestações na Esplanada dos Ministérios, que será ocupada pela tropa por mais de um mês.

A medida, que atende a um pedido do Gabinete Institucional de Segurança (GSI) da Presidência da República, prevê que a Força Nacional poderá ser utilizada “nas ações de preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, na defesa dos bens e dos próprios da União, na Esplanada dos Ministérios, em caráter episódico e planejado, pelo período de 33 dias, a contar de 17 de abril de 2019”.

A operação terá o apoio logístico do GSI, que terá de disponibilizar à Força Nacional a infraestrutura necessária. “O contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública”, destaca a portaria do Ministério da Justiça.


O período de permanência da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios poderá ser prorrogado, caso necessário, conforme prevê o artigo 4º, § 3º, inciso I, do Decreto nº 5.289, de 2004. “Caso a renovação não seja solicitada, o efetivo será retirado imediatamente após o vencimento desta portaria”, ressalta o texto.

A segurança na Esplanada dos Ministérios, inclusive durante manifestações, é de responsabilidade do Governo do Distrito Federal. A decisão do ministro Sérgio Moro causa estranheza, pois trata-se de uma tentativa declarada do governo Bolsonaro de sufocar a voz dos contrários à reforma da Previdência, assunto que o Palácio do Planalto insiste em não discutir de forma transparente e didática com a sociedade.

Além disso, a crise institucional iniciada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas que agora contrapõe o STF, o Congresso e o Ministério Público Federal, a reboque do episódio envolvendo o ministro Dias Toffoli e a imposição de censura a dois veículos de comunicação, abre um perigoso caminho para levar o País à obscuridade que reinou durante a ditadura militar.

É importante que os brasileiros de bem e com clareza de pensamento estejam atentos aos movimentos dos ocupantes do poder, pois qualquer palavra que não conste do enredo democrático é um convite ao totalitarismo. Aliás, os golpistas de plantão estão a esfregar as mãos diante da irresponsabilidade persistente dos artífices da crise.