O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da República, usou as redes sociais para comentar o suicídio do empresário Sadi Gitz, em evento com o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nesta quinta-feira (4).
Carlos Bolsonaro, que há dias causou constrangimento ao pai na esteira de críticas ao general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) por conta do escândalo do sargento da FAB preso na espanha com 39 quilos de cocaína, questionou a segurança do evento e também da Presidência da República.
“Mais uma falha de segurança. Seria bom a segurança do Presidente ficar mais atenta”, escreveu o vereador em sua conta no Twitter. Essas críticas recorrentes a integrantes do governo contam com a aquiescência silenciosa de Jair Bolsonaro e têm causado tensão no Palácio do Planalto, sem que o presidente manifeste publicamente qualquer atitude para coibi-las ou, pelo menos, contê-las.
Responsável pela segurança do presidente da República o GSI foi criticado por Carlos Bolsonaro, como mencionado acima, no caso do sargento da Força Aérea Brasileira preso em Sevilha, o que provocou mal-estar quase que generalizado no governo. Afinal, o chefe do GSI é um dos principais nomes do governo e conselheiro de primeira hora do presidente da República.
“Por que acha que não ando com seguranças? Principalmente aqueles oferecidos pelo GSI?. Sua grande maioria podem (sic) ser até homens bem intencionados e acredito que sejam (sic), mas estão subordinados a algo que não acredito. Tenho gritado em vão há meses internamente e infelizmente sou ignorado. Estou sozinho nessa, podendo a partir de agora ser alvo mais fácil ainda tanto pelos de fora tanto por outros.”
É importante ressaltar que a segurança de ministros não é da competência do GSI, mas, em tese, da Polícia Federal, a quem cabe checar os locais em que cada integrante da equipe de governo participa de eventos e outros compromissos. Ou o governo estabelece normas rígidas de segurança, válida para todos, ou teremos a repetição de episódios surpreendentes.
De acordo com pessoas que testemunharam o suicídio, Sadi Gitz se levantou após o discurso do governador sergipano e teria gritado: “Belivaldo, você é mentiroso” e dado um tiro na própria boca. Gitz enfrentava processo de recuperação judicial da Cerâmica Escurial, que foi à insolvência por causa do alto preço do gás.