Partido de Bolsonaro, PSL muda de ideia e apresenta proposta para desidratar a reforma da Previdência

Na contramão das declarações dos líderes do PSL, proferidas nos últimos dias, integrantes do partido apresentaram nesta quarta-feira (10) proposta para desidratar a reforma da Previdência.

Após acordo com lideranças da Câmara dos Deputados para evitar a apresentação de destaques e não comprometer a votação da PEC em plenário, o PSL surgiu em cena como autor de emenda para que policiais tenham regras de aposentadoria mais flexíveis. Se essa incursão contraria os interesses do governo, agrada o presidente Jair Bolsonaro, que recentemente trabalhou nos bastidores para favorecer os trabalhadores do setor de segurança.

Além da emenda de autoria do PSL, há outras 26 propostas de alteração na reforma da Previdência em votação no plenário. Esse cenário poderá levar a conclusão da votação para o final de semana, possivelmente para a trade do próximo sábado (13). Tal prorrogação se explica pelo fato de que os temas das propostas são distintos e exigem discussão e votação separadas.


A sessão da Câmara para a retomada da análise da reforma da Previdência foi aberta à 11h28 desta quarta-feira, mas o processo de votação em primeiro turno foi iniciado somente no final do dia, devendo avançar pela madrugada.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o texto-base da reforma necessita de 308 votos, em dois turnos, para ser aprovado. Na sequência serão votados os destaques, entre os quais estão os que tratam de regras mais flexíveis para professores, alíquota previdenciária sobre exportações rurais; regras mais suaves para o caso de pensão por morte.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou acordo com as lideranças partidárias para reduzir o número de votações com poder de desidratar a reforma da Previdência, mas as legendas continuam negociando para beneficiar algumas categorias laborais e sacramentar regras mais vantajosas para as mulheres no momento da aposentadoria.

Após a votação em primeiro turno da proposta de reforma, a equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, deverá divulgar, na quinta-feira (11), previsão de economia com a nova Previdência, que depende de nova votação na Câmara e duas no Senado.