Bolsonaro reage de maneira torpe e abjeta ao ser questionado sobre massacre em presídio no Pará

Quando Jair Bolsonaro afirmou que “violência se combate com violência”, só não compreendeu o perigo que representa o atual presidente da República quem não quis ou comunga pela cartilha de um político que sempre defendeu a intolerância e o radicalismo como solução para os muitos problemas nacionais.

Sem tecer qualquer comentário sobre o massacre ocorrido em unidade prisional de Altamira, no interior do Pará, onde uma briga entre facções criminosas resultou na morte violenta de 57 detentos, Bolsonaro falou sobre o tema na manhã desta terça-feira (30), quando questionado por jornalistas que o aguardavam à porta do Palácio da Alvorada.

Sempre amparado na ignorância e no deboche, até porque esse é o seu jeito estúpido de ser, Bolsonaro sugeriu aos profissionais de imprensa que perguntassem às vítimas dos que morreram no presídio paraense. “Pergunta para as vítimas dos que morreram lá o que elas acham. Depois eu falo com vocês”, declarou o presidente, em mais uma demonstração de sua incapacidade para ocupar cargo tão relevante.

Quando um chefe de Estado usa o deboche para responder a jornalistas sobre questão tão grave, é porque a tragédia política que se instalou no País é muito maior do que se imaginava. Adepto de métodos que remetem à barbárie para solucionar questões de responsabilidade do Estado, Bolsonaro precisa ser contestado pela parcela pensante da opinião pública, antes que seja tarde.


Não se pode aceitar como resposta uma provocação debochada de alguém que aposta o tempo todo no revanchismo como senha para melhorar a realidade do País. Governar não é tarefa fácil e exige de quem está no poder competência, parcimônia, respeito ao Estado de Direito e conhecimento da legislação vigente. O que não é o caso de Jair Bolsonaro.

Se o Brasil tem problemas demais para serem resolvidos e Bolsonaro entende ser desprovido de competência para tamanho desafio, que renuncie ao cargo e deixe o País seguir seu rumo, sempre à sombra da liberdade e do respeito aos direitos humanos.

O fato de um cidadão ter infringido a lei e estar privado de liberdade não transfere ao Estado, como um todo, o direito de, fechando os olhos para a realidade, fingir que a violência é a melhor de todas as saídas.

Para quem defendeu publicamente, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, a atuação de grupos milicianos, Bolsonaro apenas revela sua verdadeira essência ao fazer comentário tão tosco e torpe.

O presidente da República, com seu bestiário, atenta diuturnamente contra a Lei de Responsabilidade (Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), o que em algum momento poderá colocá-lo na mira de um processo de impeachment. A mencionada lei é clara a respeito do tema, dependendo apenas de articulação política no Congresso para que um pedido dessa natureza avance. Caso alguém tenha dúvidas a respeito, que pergunte a Dilma Rousseff e Fernando Collor.