As queimadas na Amazônia e a irresponsável política de preservação do meio ambiente do governo Jair Bolsonaro começam a causar prejuízos ao País, como destacou o editor do UCHO.INFO na edição de terça-feira (27) do programa QUE PAÍS É ESSE?.
No rastro da polêmica fermentada pelo presidente da República, que continua a fazer as vontades dos ruralistas, ao menos 18 conhecidas marcas de roupas e calçados internacionais, como Timberland, Kipling, Vans e The North Face, requisitaram a imediata suspensão das compras de couro do Brasil em virtude das queimadas na Amazônia.
A informação é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), associação que representa as empresas produtoras de couro, repassada por carta ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Recentemente, recebemos com muita preocupação o comunicado de suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais. Este cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país. Para uma nação que exporta mais de 80% de sua produção de couros, chegando a gerar US$ 2 bilhões em vendas ao mercado externo em um único ano, trata-se de uma informação devastadora”, escreveu o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello.
“Entendemos com muita clareza o panorama que se dispõe nesta situação, com uma interpretação errônea do comércio e da política internacionais acerca do que realmente ocorre no Brasil e o trabalho do governo e da iniciativa privada com as melhores práticas em manejo, gestão e sustentabilidade. Porém, é inegável a demanda de contenção de danos à imagem do país no mercado externo sobre as questões amazônicas”, continuou o dirigente do CICB. que na sequência, lista alguns exemplos de empresas que fizeram esse pedido.
No documento, Bello cita algumas das empresas que suspenderam a compra de couro do Brasil: Timberland, Dickies, Kipling, Vans, Kodiak, Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small.
O presidente da entidade afirma tenta reverter a decisão das empresas, mas pede “ao ministério uma atenção especial sobre a realidade que já nos é posta, com a criação de barreiras comerciais por importantes marcas ao produto nacional”.
As consequências da tragédia que se abate sobre a Amazônia, que ganhou enorme reforço com as descabidas declarações de Jair Bolsonaro acerca das questões envolvendo o meio ambiente, já eram esperadas. Em vez de o governo adotar uma postura conciliatória, com o objetivo de minimizar os estragos, que já não são pequenos, o presidente prefere o discurso de enfrentamento, como se isso ajudasse o País.
Despreparado e órfão de competência para ocupar cargo de tamanha relevância, como a Presidência da República, Bolsonaro depende do enfrentamento, do discurso de ódio e do revanchismo ideológico para não desidratar politicamente e tornar-se um fantasma no comando da nação. É com esse comportamento tosco e raso que o presidente mantém fiel a turba de apoiadores, que nas redes sociais agem como jagunços cibernéticos que preferem não enxergar a realidade.