Libertadores: Polícia do RJ desarticula grupo criminoso que preparava invasão ao Estádio do Maracanã

Policiais civis da 18ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro cumpriram, na manhã desta terça-feira (22), 27 mandados de prisão e 89 de intimação contra torcedores do Flamengo. A operação Olhos de Águia é um desdobramento das investigações que apuram as atividades de um grupo de supostos torcedores do Rubro-negro carioca que marcava, através das redes sociais, uma invasão ao Estádio do Maracanã, na quarta-feira, quando acontecerá a semifinal da Copa Libertadores da América entre Flamengo e Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

De acordo com os investigadores, o grupo, criado com o fim específico de invadir o Maracanã, trocou mensagens de vídeo e áudio para planejar o ataque. Segundo a Secretaria de Polícia Civil (Sepol), “foram observadas mensagens em que ele ameaçava matar policiais, praticar roubos, causar danos e constranger os torcedores da torcida do Grêmio”.

Nas mensagens é possível conferir provocações à polícia, menções a roubos e detalhes sobre a invasão. A ação criminosa foi desmontada na esteira da operação policial, deflagrada simultaneamente em várias localdiades. A operação deixou dois mortos e dois feridos, além de identificar mais de cem integrantes de uma facção criminosa.


Em uma das gravações obtidas pela polícia fluminense, um homem não identificado apresenta possível estratégia para o grupo invadir o Maracanã: “Umas nove horas era um horário bom. Por quê? Nós se reunia tudo ali (sic) na Mangueira ali, perto da Candelária (localidade do Morro da Mangueira) ali, já ganhava aquele viadutozinho ali, parceiro. Já emborcava de frente ali. Aí, eu queria ver. Eles iam se ver doido (sic), parceiro, com nós (sic). – diz o homem. – O bagulho é botar o couro para comer, irmão. Nós vai (sic) ter que entrar na bronca, mano, entendeu? Nós não vai (sic) pedir licença para entrar não, mano. Nós vai (sic) sair botando o pé no portão e vamos entrar. Ponto final, velho.”

Em outra gravação distribuída ao grupo, um dos integrantes desdenha do esquema policial previsto para a partida entre Flamengo e Grêmio: “Eles sabem que, contra a força, não há resistência e, neste momento, nós somos a força, parceiro. Eles podem vir com cavalinho, com bombinha de borracha, com gás de não sei o quê, mas o pau vai comer”.

Em terceira mensagem de áudio compartilhada com os integrantes do grupo criminoso, um homem afirma que as forças escaladas para garantir a segurança da semifinal da Libertadores não serão suficientes para conter a invasão ao estádio: “Rapaziada, nada me impede: não tem Core, não tem Choque, não tem Bope, não tem Civil, não tem o c. a sete. Quarta-feira é tudo nosso e nada deles”.