Após ameaças de Trump, Exército dos Estados Unidos prepara saída de militares do Iraque

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump começa a recuar no âmbito da crise no Oriente Médio, que cresce de forma exponencial após o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani.

Depois de anunciar que as tropas americanas só deixariam o Iraque, onde aconteceu o ataque aéreo que matou Soleimani, se o governo local pagasse pelas bases militares que abrigam as forças de coalizão, Trump parece ter mudado de ideia.

O presidente americano teria determinado ao Exército do país que informasse ao comando militar do iraquiano, nesta segunda-feira (6), a disposição de reorganizar as forças de coalizão antijihadista, com vistas a “uma retirada do Iraque segura e eficaz”. É importante destacar que o Parlamento iraquiano aprovou texto, no domingo (5), em que pede ao governo a saída imediata de todas as forças militares estrangeiras.

A informação consta de carta a que teve acesso a agência de notícia AFP e cuja autenticidade foi confirmada por dois militares de alto escalão, um americano e outro iraniano. O documento foi assinado pelo general William H. Seely, comandante das operações militares americanas no Iraque.

“Respeitamos a sua decisão soberana que ordena a nossa partida”, destaca a carta, um dia após o Parlamento do Iraque aprovar a moção para exigir que o governo expulse as tropas estrangeiras do país.

Mencionar respeito à “decisão soberana” após ignorar a soberania do Iraque no momento do ataque aéreo que vitimo Soleimani é mera figura de retórica, postura típica de quem tem muito a perder, especialmente em ano eleitoral e com um processo de impeachment em marcha.

Não obstante, Donald Trump sabe que insistir nessa queda de braços com o Iraque, como forma de ameaçar o Irã, é abrir mais uma frente de conflito com o Kremlin, aliado de primeira hora de Teerã.

Vale ressaltar que Rússia e China já impuseram um nó diplomático a Donald Trump na questão envolvendo o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Como se sabe, a Coreia do Norte é usada como massa de manobra por Moscou e Pequim para enfrentar a Casa Branca em suas investidas geopolíticas.