Quando anunciou que havia desistido de participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), o presidente Jair Bolsonaro alegou questões de segurança relacionados ao acirramento das tensores entre Washington e Teerã. Como já noticiado pelo UCHO.INFO, Bolsonaro usou tal desculpa para justificar sua ausência no encontro, mas não convenceu, pois Davos será nos próximos dias o local do planeta menos propenso a qualquer tipo de taque por conta do elevado número de chefes de Estado e de governo que lá estarão.
A justificativa de Bolsonaro é de tal forma mentirosa, que até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principal desafeto do governo iraniano, confirmou presença em Davos. Considerando que a segurança de qualquer mandatário norte-americano é extremamente rigorosa, a ponto de chegar a detalhes considerados absurdos, o presidente Bolsonaro só desistiu de participar do Fórum para não deteriorar ainda mais a sua imagem, como antecipou este noticioso.
A exemplo do que informamos, Jair Bolsonaro, que é um despreparado confesso nos mais variados temas, preferiu recorrer à mitomania a não enfrentar personalidades como Leonardo di Caprio e Greta Thunberg, no campo das questões ambientais, por exemplo. Além disso, se a estreia do brasileiro em Davos, em 2019, foi alvo de críticas pelo conteúdo pífio de seu discurso, uma eventual participação na edição deste ano do encontro não seria diferente.
Não obstante, Bolsonaro poderia enfrentar questionamentos sobre a radicalização de um governo que flerta cada vez mais com o retrocesso e o obscurantismo, movimento que coloca a democracia brasileira à beira do precipício. A recente investida nazista do agora ex-secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, que acabou demitido por pressão da opinião pública e da classe política, seria uma considerável frente de constrangimento para Bolsonaro na Suíça, onde banqueiros de origem judaica marcarão presença.
Para não deixar o Brasil de fora do Fórum Econômico Mundial de Davos, o Palácio do Planalto decidiu que o ministro Paulo Guedes, da Economia, será o representante oficial do governo Bolsonaro. Apelidado de “Posto Ipiranga” pelo próprio presidente da República, Guedes é um conhecido teórico que tropeça na prática e não tem paciência para conviver com o tempo da política no que se refere à aprovação de projetos.
Além disso, para quem afirmou, em 2019, que como presidente da República adotaria medidas severas para combater a corrupção e, ato contínuo, dar maior segurança aos investidores internacionais, Bolsonaro é o que se pode chamar de ode ao fiasco. Ao contrário, o governo tem sido condescendente com a corrupção e desmandos correlatos, até porque combater esses crimes seria como “cortar na própria carne”. Afinal, até agora não se tem uma solução para o escândalo que tem na proa Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro.