Grécia elege pela primeira vez uma mulher para presidir o país

A juíza Katerina Sakellaropoulou se tornará a primeira mulher a presidir a Grécia, após ter sido eleita, na quarta-feira (22), por ampla maioria dos deputados do Parlamento, em rara demonstração de unidade no tumultuado universo político grego.

Sakellaropoulou, de 63 anos, foi presidente do Conselho de Estado, o principal tribunal administrativo da Grécia. Ela sucederá Prokopis Pavlopoulos, cujo mandato de cinco anos termina em março.

O primeiro-ministro grego, o conservador Kyriákos Mitsotákis, nomeou Sakellaropoulou como uma candidata apartidária que desfrutaria de amplo apoio através de todo o espectro político do país.

Todos os principais partidos votaram a favor da nomeação, o que possibilitou que Sakellaropoulou fosse eleita por 261 contra 33, margem bem superior aos 200 votos necessários. Seis legisladores estavam ausentes.

Sakellaropoulou, da cidade de Tessalônica, no norte do país, se tornou a primeira mulher a chefiar o Conselho de Estado em 2018, tendo sido apoiada nessa posição pelo governo anterior, de esquerda. Divorciada, ela vive no centro de Atenas e é ativa nas redes sociais. Sakellaropoulou escreveu numerosos artigos sobre proteção ambiental e preside uma sociedade sobre leis ambientais.

Falando depois de ser formalmente informada da votação no Parlamento, Sakellaropoulou disse que buscaria “o consenso mais amplo possível” durante seu mandato.

Em seus primeiros comentários como presidente eleita, a juíza se referiu às “difíceis condições e desafios do século 21, incluindo crise financeira, mudança climática, movimento em massa de populações e a consequente crise humanitária, a erosão do Estado de direito e todo tipo de desigualdades e exclusões”.

A Grécia tem um número historicamente baixo de mulheres em cargos de chefia na política, e Mitsotákis foi criticado por selecionar um gabinete quase todo masculino depois de vencer as eleições gerais em julho de 2019. No atual gabinete grego, todos, exceto um dos 18 cargos, estão nas mãos de homens. (Com agências internacionais)