A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (30) que os casos do novo coronavírus 2019 n-CoV representam emergência de saúde pública de interesse internacional. São milhares de infecções na China e em 18 países. Diante desse cenário, uma ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos ao redor do planeta na tentativa de conter o avanço do surto.
“Devemos lembrar que são pessoas, não números. Mais importante do que a declaração de uma emergência de saúde pública são as recomendações do comitê para impedir a propagação do vírus”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Até o momento, a OMS havia usado a denominação “emergência de saúde pública de interesse internacional” apenas em casos raros de epidemias que exigem resposta internacional vigorosa, como aconteceu por ocasião da gripe suína H1N1 (2009), do zika vírus (2016) e da febre ebola, que devastou parte da população da África Ocidental de 2014 a 2016 e ainda atinge a República democrática do Congo desde 2018.
Na última semana, a comissão especial passou dois dias (22 e 23 de janeiro) discutindo a situação provocada pelo coronavírus e concluiu que “ainda era cedo” para declarar emergência. Cinco dias após as mencionadas reuniões, com a alta contínua no número de casos, a OMS, órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), alterou a avaliação de risco de “moderado” para “elevado”.
Nome oficial
A OMS também divulgou o nome oficial da doença causada pelo novo coronavírus: “Doença Respiratória de 2019-nCoV”. Até então, são 7.818 casos confirmados pelo ao redor do globo, sendo 7.736 na China.
Até o momento, 170 pessoas morreram em decorrência da infecção provocada pelo vírus cuja contaminação se deu, segundo estudos científicos, a partir do contato com carne de animais silvestres na China.
Nos EUA
Horas antes da coletiva de imprensa da OMS, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmaram que o país registrou o primeiro caso de transmissão interna do novo coronavírus.
De acordo com o CDC, trata-se de uma pessoa que conviveu com uma mulher de Chicago que tinha viajado para Wuhan, na província chinesa de Hubei. A maioria das mortes e pessoas infectadas está nesta região, epicentro do surto. O caso registrado nos EUA não é o primeiro do tipo no planeta.
Casos no Brasil
O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (30) que continua monitorando nove casos de pacientes com suspeita de coronavírus no Brasil. Apesar de o número ser o mesmo do que fora informado na quarta-feira (29), alguns casos foram descartados, mas outros, incluídos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, entraram dois casos.
Ao todo, 43 casos foram notificados às autoridades de saúde do País, mas nem todos são tratados como suspeitos de contaminação por coronavírus. Confira os estados que têm registros de casos suspeitos: Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (1), São Paulo (3), Rio Grande do Sul (2), Paraná (1) e Ceará (1).
