Há dias, o ainda ministro Onyx Lorenzoni, que na ocasião antecipara o fim das férias, disse que sua permanência no governo Bolsonaro e na Casa Civil estava garantida. Quem conhece os bastidores do poder e a covardia que move o presidente da República sabe que a declaração de Lorenzoni e nada têm o mesmo valor. Até porque, a alegação de Jair Bolsonaro de que manteria Onyx no governo por conta da sua lealdade é inconsistente, pois o general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi “fritado” de maneira torpe antes de ser demitido. Lembrando que Santos Cruz era amigo do presidente há mais de 40 anos.
Na madrugada deste quarta-feira (12), o UCHO.INFO noticiou que Onyx Lorenzoni seria ejetado da Casa Civil e possivelmente acomodado no Ministério da Cidadania, já que o titular da pasta, Osmar Terra (MDB-RS), está na fila da demissão.
A nossa informação acabou se confirmação com a decisão de Bolsonaro de convidar o general Walter Braga Netto, atual chefe do Estado-Maior do Exército, para comandar a Casa Civil. A se confirmar o convite, o núcleo duro do governo será composto exclusivamente por militares, o que sinaliza um movimento na direção do retrocesso.
Além disso, colocar no comando da Casa Civil um neófito em articulação política mostra que o governo de Jair Bolsonaro está disposto a recorrer à truculência no trato com o Congresso Nacional. Ou seja, a democracia corre perigo, assim como os próximos anos serão de tensão e disputas das mais diversas em termos políticos.
Não se trata de colocar em xeque a competência e o preparo do general Braga Netto como militar, mas a Casa Civil foi criada para, entre tantas tarefas, fazer a interlocução com o Parlamento. Como Braga Netto é homem de poucas palavras, pois como “bom mineiro” trabalha em silêncio, a articulação política do governo terá dias ainda mais difíceis pela frente.
Na era plúmbea, os governos facinorosos de então contavam com a Casa Militar, anteriormente Gabinete Militar, depois renomeada como Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, que atualmente serve para passar a mão na cabeça dos apaniguados do presidente que ignoram a lei.
Tomada pela parvoíce, parte da população continua acreditando que a militarização é o único caminho para solucionar os muitos problemas do País. Desde que chegou ao Palácio do Planalto, Bolsonaro dedicou-se a atacar a imprensa, a criar factoides, a regurgitar destampatórios, sem ao menos ter minimizado o calvário enfrentado pelo cidadão.
Os falsos profetas do governo disseram, não faz muito tempo, que a reforma da Previdência era a chave para a retomada da atividade econômica. Como nada aconteceu, agora colocam a esperança na reforma tributária, que demorará longos meses para ser discutida e aprovada. Em suma, muito discurso e pouca ação.