Após governo prever crescimento econômico de 2,5% em 2019, IBGE informa que PIB foi de apenas 1,1%

Na corrida presidencial de 2018, em um dos poucos debates dos quais participou, Jair Bolsonaro disse, ao concluir sua fala, ser ele o único candidato com condições para solucionar os muitos problemas que o País tinha até então. De lá para cá, o Brasil acumulou novos e preocupantes problemas, sem que os anteriores tivessem ao menos sido minimizados.

Como sempre acontece com qualquer governante, em especial no início de gestão, Bolsonaro, instruído pela equipe econômica, previu crescimento econômico de 2,5% em 2019. Essa profecia teve lugar logo nas primeiras semanas do governo, pois o presidente e seus assessores acreditavam que eram dotados de passes de mágica.

Nesse período, mesmo debaixo dos ataques sórdidos e descontrolados dos bolsonaristas, o UCHO.INFO afirmou que era preciso cautela com previsões econômicas, já que a retomada do crescimento não se dá com o simples acionamento de um interruptor.

Nesta quarta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 ficou em 1,1%, o que faz com que a economia continue com desempenho pífio e andando de lado.

O anúncio do IBGE revela o mais fraco desempenho econômico em três anos, resultado que foi impactado principalmente pela queda no consumo das famílias e dos investimentos privados. Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou R$ 7,3 trilhões em 2019.

 
De igual modo, o PIB registrou em 2019 a terceira alta consecutiva após dois anos de retração, mas a lenta recuperação mantém a economia nacional aquém dos índices da pré-recessão – 1,9% em 2012 e 3% em 2013.

Alguns fatores influenciaram no péssimo desempenho da economia brasileira no ano passado, como a tragédia de Brumadinho (MG) e a guerra comercial entre China e Estados Unidos, mas preponderou a forma irresponsável como o presidente Jair Bolsonaro lida com as questões políticas, como ele enfrenta as divergências com a população e a maneira preocupante com que afronta a democracia e o Estado de Direito.

Alguém há de afirmar que democracia e Estado de Direito em nada interferem no desempenho da economia de uma nação, mas é preciso ressaltar que nenhum investidor despeja recursos em um país nessa situação.

Além disso, não custa lembrar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, apelidado pelo presidente da República como “Posto Ipiranga”, em alusão à campanha publicitária da rede de postos de combustíveis homônima, garantiu que após a aprovação da reforma da Previdência o Brasil retomaria os trilhos do crescimento.