Jair Bolsonaro é um inconsequente que, quando acuado politicamente, recorre à vitimização como estratégia de sobrevivência. Sem condições de continuar na Presidência da República, Bolsonaro precisa ser afastado do cargo o quanto antes, pois o Brasil corre sérios riscos caso ele continue protagonizando fanfarronices.
Enfrentando severas e múltiplas críticas por ter desrespeitado o isolamento e participado, em frente ao Palácio do Planalto, do protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro sabe que a qualquer momento será alvo de um pedido de impeachment ou de afastamento, o que certamente desestabilizará ainda mais o País. Mesmo assim, sua saída é necessária é deve ser célere.
Diante as críticas, o presidente afirmou nesta segunda-feira (16) que tem o “direito” de apertar as mãos dos apoiadores e que no caso de ter sido infectado pelo novo coronavírus por conta desse gesto irresponsável, a “responsabilidade” é dele. “Ninguém tem nada a ver com isso”, declarou Bolsonaro.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente da República, que insiste em se fazer de vítima, até porque nada tem a apresentar à população em termos de realizações de governo, disse que tem o “direito” de cumprimentar as pessoas e não pode “viver preso” no Palácio da Alvorada.
“Eu não vou viver preso dentro lá do Palácio da Alvorada esperando mais cinco dias, com problemas grandes para serem resolvidos no Brasil. Essa é minha posição. Agora, se eu resolvi apertar a mão do povo – desculpe aqui, eu não convoquei o povo para ir às ruas –, isso é um direito meu. Afinal de contas, eu vim do povo. Eu venho do povo brasileiro”, afirmou.
Populista de quinta categoria, no melhor estilo fascista tupiniquim, Bolsonaro disse à emissora não se arrepender de ter deixado a residência presidencial para ir ao encontro dos manifestantes em frente à sede do governo.
“Querer colocar a culpa de uma possível expansão do vírus na minha pessoa porque eu vim saudar alguns na frente aqui da Presidência da República, num movimento que eu não convoquei o movimento, é querer se ver livre da responsabilidade que é de todos nós”, ressaltou.
É nesse ponto da entrevista que fica evidente o apreço de Bolsonaro pela vitimização, algo a que ele sempre recorre para colocar sua horda de seguidores contra a parcela pensante da sociedade.
Com boa parte da população externando sinais de cansaço em relação às patacoadas presidenciais, que não são poucas, começa a ganhar corpo o movimento “Fora Bolsonaro”. Para piorar, alguns apoiadores de primeira hora do atual presidente da República já começam a defender sua renúncia. Isso é uma demonstração de que o governo vai de mal a pior, sem qualquer expectativa de reversão do quadro.