Associação de funcionários do BB decide questionar presidente do banco sobre ataque a governadores

 
A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) anunciou que encaminhará ainda nesta sexta-feira (3) carta ao Conselho de Administração da instituição financeira solicitando esclarecimentos sobre a fala do seu presidente, Rubem Novaes (à direita na foto), que criticou a atuação dos governadores no combate ao novo coronavírus e atacou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para a entidade, Novaes expressou “juízos e ilações” que ferem a reputação do banco e ameaçam os negócios da instituição financeira. A associação, que representa cerca de 100 mil funcionários do BB (ativos e aposentados), afirma que as declarações contrariam políticas internas de governança.

A carta ressalta que o afrontamento a governadores e prefeitos, além de lideranças do Legislativo, contraria a história do BB e a atuação responsável e correta do banco no que tange às políticas públicas necessárias ao enfrentamento do novo coronavírus.

 
“Atacar lideranças do Legislativo fere também princípios sagrados e assumidos pela empresa. Chamamos atenção para o Código de Ética do Banco do Brasil, sobretudo nos tópicos que enfatizam a necessidade de prevenir constrangimentos e prejuízos à imagem do Banco e abordam a relação com governos e setor público”, enfatiza o documento assinado pelo presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto.

Após compartilhar em grupo de WhatsApp vídeo de uma apoiadora de Bolsonaro postado pelo presidente da República, acompanhado da mensagem “Caiam na real”, Novaes foi questionado sobre sua ação.

Integrante do grupo de aduladores incondicionais de Bolsonaro, sempre a postos para entrar em cena, o presidente do BB disse que “governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca”. “Esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem. E pessoas querem viver de seu esforço próprio”, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

A associação dos funcionários do BB alega na carta que a manifestação do presidente da instituição não compromete apenas Estados e municípios como clientes do banco, mas também parcerias em diversos programas e políticas públicas que beneficiam o setor produtivo, que no momento busca soluções para enfrentar a crise decorrente da Covid-19.