Avaliações negativas do governo e do presidente Jair Bolsonaro disparam entre janeiro e maio

 
Movido pelo populismo barato e “jogando” para seu grupo de apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro começa a contabilizar os efeitos colaterais de medidas absurdas e que servem apenas como ponto de partida de enfrentamentos políticos, em especial com possíveis adversários na corrida presidencial de 2022.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o governo Bolsonaro perdeu apoio de parte da população e atingiu as piores avaliações desde que o atual presidente chegou ao Palácio do Planalto, tanto em relação à gestão e quanto pessoalmente. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) realizada pelo Instituto MDA, cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira (12).

A parcela dos que consideram o governo como “ótimo ou bom” passou de 34,5% para 32% entre janeiro e maio deste ano. O contingente que avalia o governo como “ruim e péssimo” avanço de forma expressiva, saltando de 31% para 43,4% em quatro meses, maior porcentual negativo nos quatro levantamentos feitos durante o governo Bolsonaro. Os que consideram o governo regular eram 32,1% dos entrevistados, mas agora são 22,9%.

 
No mesmo período (janeiro a maio), a aprovação do desempenho pessoal de Bolsonaro à frente do governo recuou de 47,8% para 39,2%. A pesquisa mostra que desaprovação em relação ao desempenho do presidente subiu de 47% para 55,4%, também o mais negativo índice registrado nos levantamentos CNT/MDA. Os que “não opinaram ou não souberam responder” são 5,4%. Nessa pergunta, o instituto questiona os entrevistados se aprovam ou desaprovam o desempenho pessoal do presidente da República à frente da administração.

As piores avaliações do governo e pessoal do presidente foram registradas em agosto de 2019. Na ocasião, 53,7% dos entrevistados desaprovavam o presidente e 39,5% reprovavam o governo.

Para desespero de Jair Bolsonaro, a pesquisa CNT/MDA revelou que a maioria da população (67,3%) aprova o isolamento social amplo, independentemente de integrar grupos de risco. Enquanto isso, o presidente da República adota medidas que contrariam as recomendações dos especialistas na área da saúde – nacionais e internacionais – e trava uma guerra política com governadores e prefeitos que optaram pelo isolamento social como forma de combater o vírus causador da Covid-19.

O instituto MDA realizou 2.002 entrevistas por telefone, entre 7 e 10 de maio, em 494 municípios de 25 estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.