Flamengo e Vasco recorrem a Bolsonaro para retomada do futebol e endossam política genocida do governo

 
Insistindo cada vez mais no seu plano de colocar a vida dos brasileiros em risco, por causa da sua cruzada contra o isolamento social no âmbito da pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro reuniu-se nesta terça-feira (19) com dirigentes do Clube de Regatas do Flamengo e do Club de Regatas Vasco da Gama.

No encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto, os cartolas rubro-negro e cruz-maltino, Rodolfo Landim e Alexandre Campello, respectivamente, trataram com o presidente da República do retorno das atividades futebolísticas, como se a crise da Covid-19 inexistisse.

Trata-se de uma atitude irresponsável dos três (Bolsonaro, Landim e Campello), pois o País vive uma escalada no número de mortes em decorrência do novo coronavírus, sendo que o sistema público de saúde já começa a entrar em colapso em função do crescimento exponencial do número de casos de Covid-19.

Autoritário, Jair Bolsonaro ainda não “digeriu” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que transfere a estados e municípios a palavra final sobre as medidas de combate à pandemia. Como o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, não liberou a retomada dos treinamentos nos clubes, Flamengo e Vasco tentam transferir para a capital dos brasileiros as atividades de ambas as agremiações.

 
A proposta é de tal forma absurda e imoral, que o Flamengo pretende levar para o Distrito Federal jogadores e familiares, contrariando as recomendações das autoridades sanitárias e de saúde de todo o planeta para que sejam evitadas aglomerações.

É importante salientar que Flamengo e Vasco da Gama, com essa proposta indecorosa, estão se alinhando a Bolsonaro e endossando as atitudes do presidente da República, que continua insistindo na retomada da economia. Os torcedores dos dois clubes precisam reagir a essa tentativa de retomada das atividades futebolísticas, pois em jogo não está um campeonato esportivo, mas a vida de cada brasileiro que a qualquer momento poderá ser contaminado pelo vírus SARS-CoV-2.

No contraponto, a estratégia de Bolsonaro de pegar carona nas intenções dos dois clubes é de um oportunismo criminoso, já que tenta usar a maior torcida do País para pressionar governadores e prefeitos e flexibilizar na marra o isolamento social, a única arma eficaz, por enquanto para enfrentar o coronavírus.

Como diz, acertadamente, o jornalista José Simão (Folha de S. Paulo e BandNews FM), o Brasil é o “país da piada pronta”. Imaginar que existe a menor possibilidade de, um dia, o Brasil dar certo é querer ser enganado por longo período.