Enquanto avança contra a democracia e o Estado de Direito, o presidente Jair Bolsonaro, que aposta na ruptura institucional como forma de se manter no cargo, vê os índices de desaprovação do governo subirem. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, cujos resultados foram divulgados nesta quinta-feira (28), 43% dos entrevistados consideram o governo Bolsonaro “ruim ou péssimo”. Entre os consultados pelo instituto de opinião, 22% classificam o governo como “regular”, ao passo que 33% consideram “ótimo ou bom”. Do total, 2% não responderam ou não sabem.
O Datafolha ouviu, por telefone, 2.069 pessoas maiores de idade na segunda-feira (25) e na terça-feira (26). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
No levantamento anterior, realizado pelo Datafolha em 27 de abril, 33% dos entrevistados consideraram o governo “ótimo ou bom”; 26%, “regular”; 38%, “ruim ou péssimo”, e 2% não responderam ou alegaram não saber.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira foi realizada em meio à crise da pandemia do novo coronavírus, poucos dias após a divulgação pelo Supremo Tribunal Federal do vídeo da fatídica reunião ministerial de 22 de abril, que expôs a forma irresponsável como o País está sendo governado.
A gravação faz parte de inquérito que investiga suposta interferência do presidente da República na Polícia Federal e foi citada em depoimento à PF pelo ex-ministro Sérgio Moro (Justiça) como prova das graves acusações que fez por ocasião de sua saída do governo.
Em que pese o fato de o contingente de apoiadores permanecer intacta (33%), a situação de Jair Bolsonaro começa a ingressar na seara do desconforto político. O que explica as recorrentes investidas do presidente contra os Poderes constituídos e as instituições do Estado.
Se ao índice de “ruim ou péssimo” for acrescentada metade (11%) dos que consideram o governo “regular”, a reprovação da gestão Bolsonaro chega a 54%. Esse patamar tende a aumentar com o passar do empo, caso o presidente insista na irresponsável política de enfrentamento.
Considerando apenas o índice de desaprovação (43%), Bolsonaro está em pior situação do que a do então presidente Fernando Collor de Mello no mesmo período. É importante ressaltar que Collor alcançou índice recorde de desaprovação (41%) meses antes de ser apeado do cargo na esteira de um processo de impeachment.