Mercado financeiro prevê queda de 6,48% da economia em 2020, Banco Mundial aposta em recuo de 8%

 

 
Consultados pelo Banco Central (BC), analistas do mercado financeiro preveem que em 2020 a queda da economia brasileira será de 6,48%. Trata-se da 17ª revisão consecutiva para a estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB). Na última, a previsão de queda estava em 6,25%.

A estimativa consta do Boletim Focus, publicação divulgada semanalmente pelo BC, com a projeção para os principais indicadores econômicos. Como antecipou o UCHO.INFO, o recuo da economia nacional em 2020, na esteira da pandemia do novo coronavírus, seria de 6,5%.

Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há duas semanas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.

Banco Mundial

De acordo com previsões do Banco Mundial, a pandemia da Covid-19 levará a atividade econômica brasileira a encolher 8% no corrente ano. Esses dados constam do novo relatório da instituição, divulgado nesta segunda-feira (8).

Uma queda dessa magnitude na economia do País seria a maior em 120 anos, período para o qual o instituto oficial de estatísticas, o IBGE, tem dados sobre a evolução do PIB nacional.

Dólar

A previsão dos especialistas do mercado para a cotação do dólar permanece em R$ 5,40, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda norte-americana fique em R$ 5,08, mesma projeção da semana anterior.

 
Inflação

As instituições financeiras consultadas pelo BC continuam a reduzir a previsão de inflação de 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu pela 13ª vez seguida, ao passar de 1,55% para 1,53%.

Para 2021, a estimativa de inflação permanece em 3,10%. A previsão para os anos seguintes – 2022 e 2023 – também não teve alterações: 3,50%.

A projeção para 2020 está abaixo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

Para 2021, a meta é 3,75% e para 2022, 3,50%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual em cada ano.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juro, a Selic, estabelecida atualmente em 3% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para os economistas do mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2,25% ao ano, mesma previsão da última semana. A expectativa é que a taxa caia para esse patamar (2,25% ao ano) na reunião do Copom deste mês, marcada para os dias 16 e 17 e nas reuniões seguintes ao longo deste ano seja mantida pelo comitê.

Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3,50% ao ano. A previsão da semana passada era 3,38%. Para o fim de 2022, a previsão passou de 5,13% para 5% ao ano. Para o final de 2023, a projeção permanece em 6% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juro, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. (Com ABr)