Insensível às mais de 50 mil mortes por Covid-19, Bolsonaro volta a defender a reabertura do comércio

 
Mais de 50 mil mortes confirmadas por Covid-19 parecem pouco para sensibilizar o presidente Jair Bolsonaro, que em maio passado, quando o Brasil registrara 5 mil óbitos pelo novo coronavírus, disse que apenas lamentava. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, afirmou o irresponsável presidente da República.

Nesta segunda-feira (22), Bolsonaro voltou a destilar sua insanidade diante do avanço da temida doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2 e defendeu mais uma vez a reabertura do come´rcio em todo o País, não sem antes afirmar que há exagero por parte de governantes em relação à Covid-19.

Como se fosse a maior autoridade em infectologia do planeta, Bolsonaro afirmou que novas informações sobre a Covid-19 surgem no “mundo todo” e que a Organização Mundial da saúde (OMS) cometeu equívocos no tratamento da pandemia, mas não soube especificar quais.

“A gente apela aqui aos senhores governadores e prefeitos que obviamente com responsabilidade comecem a abrir o comércio. Porque novas informações vêm do mundo todo, vêm da OMS, através dos seus equívocos, que talvez tenha havido um pouco de exagero no trato dessa questão lá atrás”, afirmou o presidente em rápida entrevista à emissora BandNews, em Brasília.

 
É importante destacar que quando a Covid-19 fazia estragos em vários países, deixando milhares de mortos e infectados pelo caminho, Bolsonaro trato a doença com seu costumeiro desdém, classificando-a como “gripezinha” e ‘resfriadinho”. Na ocasião, o chefe do Executivo federal alegou que a “histeria” havia tomado conta das autoridades em relação à Covid-19.

Em clara demonstração de que seu problema maior é cognitivo, Jair Bolsonaro insistiu em dizer ser possível preservar vidas e retomar a economia, mas novamente não explicou como isso pode acontecer, já que experiências de reabertura do comércio em várias cidades brasileiras levaram ao aumento de casos da doença.

“Eu sempre falei. Vida e emprego, uma coisa está completamente atrelada à outra e não podemos, em alguns locais isolados daqui do Brasil, fazer com que o efeito colateral do tratamento da pandemia seja mais danoso que a própria pandemia”, disse Bolsonaro.

Certo de que a denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia (Holanda), por crime contra a humanidade em razão da sua postura no combate à pandemia, tem chances reduzidas de resultar em condenação, o presidente não desiste de seus destampatórios no escopo da Covid-19.

Para piorar um cenário que é reconhecidamente ruim, o Ministério da Saúde está acéfalo há 40 dias, já que o general Eduardo Pazuello, ministro interino da pasta, é um néscio no tocante a temas ligados à medicina e à saúde. Além disso, a pasta da Saúde foi transformada em um pequeno “forte apache”, tamanho é o número de militares sob a batuta de Pazuello.