Casos de Covid-19 na África ultrapassam 370 mil; FMI prevê que extrema pobreza avançará no continente

 
O número de casos confirmados de Covid-19 em todo o continente africano atingiu 371.548 na manhã de domingo (28), anunciaram os Centros da África para Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC).

A instituição, em sua última atualização da situação divulgada na manhã de domingo, informou que o número de casos confirmados de Covid-19 em todo o continente saltou de 359.408, na tarde de sábado (27), para 371.548.

A agência continental de controle e prevenção de doenças também divulgou que o número de mortos pela pandemia do novo coronvírus aumentou de 9.283 para 9.484 até a manhã do domingo.

Em meio à rápida disseminação do vírus em todo o continente, os países africanos altamente afetados por casos positivos de Covid-19 incluem a África do Sul, com 131.800 casos confirmados; o Egito, com 63.923; a Nigéria, com 24.077; e Gana, com 16.431.

O órgão também informou que a região da África Austral é no momento a área mais afetada do continente em relação a casos positivos da Covid-19.

John Nkengasong, diretor da entidade, pediu na última sexta-feira (26) que o continente africano se prepare para aumento no número de casos da doença após relaxamento dos bloqueios, pois observou que o início da pandemia da Covid-19 na África ocorreu com atraso, mas o número de casos e as mortes “está aumentando rapidamente todos os dias”.

 
Pobreza extrema

O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou nesta segunda-feira (29) a previsão de crescimento econômico para a África subsaariana, prevendo encolhimento de 3,2% do PIB da região. Caso essa previsão se confirme, 40 milhões de pessoas ingressarão no universo da extrema pobreza, anulando dez anos de desenvolvimento, de acordo com o Fundo.

“A economia regional deve contrair-se 3,2%, o que é 1,6 pontos percentuais pior que o projetado em abril, e mostra uma redução da previsão de crescimento em 37 das 45 economias, e em termos nominais o PIB da região vai ser 243 mil milhões de dólares menor que o projetado em outubro de 2019″, lê-se na atualização das Previsões Econômicas para a África subsaariana, divulgadas em Washington.

O documento mostra a gravidade da pandemia da Covid-19, não sem antes destacar que a situação é muito pior do que o previsto. Com isso, a recuperação econômica da região será mais lenta do que estimaram os analistas do FMI em abril, quando havia a expectativa de crescimento econômico negativo de 1,6%, o pior das últimas décadas.

A organização não-governamental britânica Oxfam estima que a pandemia do novo coronavírus poderá jogar mais de 500 milhões de africanos na pobreza extrema se nenhuma medida for adotada para conter o avanço da doença no continente. Considerando que o continente africano tem mais de 1,2 bilhão de habitantes, a estimativa da Oxfam é que a Covid-19 pode levar quase metade da população local à miséria.