Pandemia de Covid-19 não está “nem perto de acabar”, alerta diretor da Organização Mundial da Saúde

 
Quase seis meses após o surgimento do novo coronavírus, a pandemia de Covid-19 “não está nem perto de acabar”, alertou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) na última segunda-feira (29).

Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu um renovado compromisso global para salvar vidas, já que os casos ultrapassam 10 milhões em todo o planeta, com 500 mil mortes, à medida que o vírus continua a se espalhar.

“Todos nós queremos que isso acabe. Todos nós queremos continuar com nossas vidas. Mas a dura realidade é: isso não está nem perto de terminar”, disse ele a jornalistas. “Embora muitos países tenham feito algum progresso, globalmente a pandemia está realmente acelerando. Estamos nisso juntos e no longo prazo”, completou.

Novo normal

A OMS publicou uma linha do tempo atualizada sobre suas ações desde 31 de dezembro de 2019, quando pela primeira vez teve conhecimento de um conjunto de casos de “pneumonia de causa desconhecida” em Wuhan, na China.

Essa resposta inclui educar os profissionais de saúde por meio de portais online, transportar cargas de testes e equipamentos de proteção para os profissionais de saúde nos países em desenvolvimento e lançar um “teste de solidariedade” para encontrar medicamentos para derrotar o vírus.

No futuro, disse Tedros, a agência da ONU continuará a servir os países com ciência, solidariedade e soluções, repetindo uma frase que usou durante toda a pandemia. “A questão crítica que todos os países enfrentarão nos próximos meses é como conviver com esse vírus”, afirmou. “Esse é o novo normal.”

 
Cinco formas de salvar vidas

Tedros destacou cinco prioridades nas quais os países devem se concentrar agora para salvar vidas. Elas incluem capacitar as pessoas a se protegerem através do distanciamento físico e outras medidas de saúde pública, mas também através do compartilhamento de informações confiáveis sobre a Covid -19.

Os governos devem continuar trabalhando para suprimir a transmissão de vírus, garantindo o rastreamento e o isolamento de contatos. Eles também devem priorizar a identificação precoce e os cuidados clínicos, prestando atenção especial a grupos de alto risco, como idosos e pessoas que vivem em instituições de longa permanência.

Como ainda há muito a aprender sobre o novo coronavírus, Tedros Adhanom enfatizou a necessidade de pesquisas aceleradas.

Reavaliando as prioridades

A Organização Mundial da Saúde está convocando uma reunião esta semana para avaliar o progresso e as prioridades de pesquisa para o próximo estágio da pandemia.

Respondendo à pergunta de um jornalista, Tedros disse que a agência também planeja enviar uma equipe à China na próxima semana, antes de uma reunião sobre a fonte zoonótica do vírus.

A principal autoridade de saúde da ONU, ex-parlamentar e ex-ministro das Relações Exteriores da Etiópia, também destacou o papel da liderança política durante a pandemia.

“Como dissemos repetidamente, a unidade nacional e a solidariedade global são essenciais para implementar uma estratégia abrangente para suprimir a transmissão, salvar vidas e minimizar o impacto social e econômico do vírus”, afirmou. (Com Agência ONU)