Desde que a pandemia do novo coronavírus desembarcou no Brasil, o UCHO.INFO afirma que o fato de o presidente da República negar a ciência e agir de forma irresponsável diante da Covid-19 traria graves prejuízos ao Brasil. Enquanto Jair Bolsonaro se preocupava com a paralisação da economia, que já poderia estar em estágio mais avançado de retomada caso o País tivesse adotado de chofre o bloqueio total, o restante do planeta voltava os olhos para as sandices de um governo populista, pífio e despreparado.
Sempre pronto para politizar a crise causada pelo vírus SARS-CoV-2, Bolsonaro não apenas minimizou o potencial de letalidade da doença, mas subestimou o número de vítimas fatais da pandemia. Em 22 de março passado, o presidente afirmou que o número de mortes por Covid-19 ficaria abaixo dos 796 provocados pela H1N1 no País, em 2019. Pouco mais de cem dias após essa estapafúrdia declaração, o Brasil chegou nesta quarta-feira (8) a incrível marca de 68.055 mortos e 1.716.196 casos confirmados da doença. Considerando a assustadora a subnotificação de casos de Covid-19, o número de mortos pelo novo coronavírus no Brasil é no mínimo o dobro, enquanto o de infectados é seis ou sete vezes maior.
Tomando por base os dados oficiais da doença no País e ignorando a subnotificação, o Brasil é o segundo país com maior número de infectados e mortos pela Covid-19. Apesar desse cenário tétrico, Bolsonaro continua recorrendo a destampatórios quando fala sobre a Covid-19.
Sem que especialistas e autoridades de saúde consigam prever quando a curva da Covid-19 entrará em movimento descendente e se haverá uma segunda onda da doença, o Brasil começa a sentir os primeiros efeitos colaterais da irresponsabilidade genocida do presidente Jair Bolsonaro.
Para se ter ideia da extensão do estrago provocado pelo chefe do Executivo federal, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que o Brasil não terá qualquer privilégio quando a Casa Branca decidir abrir as fronteiras do país.
Segundo Pompeo, o governo dos EUA já avalia a reabertura das fronteiras, mas com “com base na razão e na ciência, e não na política”. Ou seja, o fato de o governo Bolsonaro ser alinhado ao de Donald Trump em nada ajudará o Brasil.
“Sobre quando poderemos retornar às viagens, nosso relacionamento com o Brasil não é diferente do que com outros países. Estamos implementando métricas para determinar quando será apropriado e seguro permitir que a população americana viaje para outros países”, disse Mike Pompeo ao responder pergunta da correspondente do jornal “Folha de S.Paulo”. Em suma, a sabujice de Bolsonaro é, além de vexatória, inócua.
A fala de Mike Pompeo mostra de forma clara que a grave situação da pandemia de Covid-19 no Brasil pesará na decisão a ser tomada pelas autoridades americanas. Ou seja, a depender da decisão, que não deve ser favorável ao País, o brasileiro que tiver de viajar aos EUA por questões profissionais ou pessoais (familiares, por exemplo) precisará aceitar as regras ou então, após autorização especial, se submeter a um período de quarentena em território americano, arcado com as despesas de hospedagem e isolamento. Afinal, apenas ministro demissionário que foge do País é que faz uso ilegal de passaporte diplomático.
Mas não é apenas nessa seara que o negacionismo de Jair Bolsonaro faz estragos. No campo esportivo, os organizadores da Fórmula-1 devem anunciar em breve o calendário complementar da temporada de 2020, com direito a pelo mais 8 provas, mas o Brasil ficará de fora. Aliás, nenhuma prova será realizada no continente americano em razão do avanço da pandemia. As provas da temporada atual ficarão concentradas na Europa, Ásia e Oriente Médio.
Até o momento, os organizadores da F1 divulgaram calendário com 8 provas – a primeira aconteceu no último domingo (5) na Áustria –, mas a competição deve encerrar 2020 com um total de 16 corridas. Nesse rol adicional devem entrar os circuitos do Vietnã, da Itália (Mugello) e de Portugal (Algarve).
Resumindo, o negacionismo e a irresponsabilidade de Jair Bolsonaro já causam enormes prejuízos ao País, além da escalada no número de mortes pela Covid-19, que o presidente disse se tratar de um “resfriadinho” ou uma “gripezinha”.
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