Desconexo, Guedes diz que o Brasil corrigirá erros e excessos ambientais e que o País precisa de ajuda

 
Durante a corrida presidencial de 2018, a maioria dos eleitores de Jair Bolsonaro encontrou dificuldades para explicar a decisão de votar em um político despreparado, que passou quase três décadas no Parlamento sem nada fazer em prol do País, adepto do radicalismo direitista e defensor da tortura. Diziam os eleitores do atual presidente da República que estavam a votar contra o PT.

Diante de tão evasiva resposta, o UCHO.INFO sempre questionou o óbvio: quando o voto é contra um modo de governar, um partido político ou uma ideologia, no mínimo deve-se votar a favor de algo. Contudo, até hoje estamos à espera de uma resposta aparentemente simples.

Ao longo dos desses 18 meses do governo Bolsonaro, este portal sempre apontou as mazelas de um presidente que até o momento não mostrou a que veio. Pagamos um preço caríssimo por isso, mas sem nos deixar intimidar mantivemos nossa convicção a respeito do pior presidente da República de todos os tempos. E com a devida antecedência avisamos que seria assim.

Prova maior desse despreparo é o ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi chamado de “Posto Ipiranga”, mas até agora não conseguiu adotar uma só medida econômica que aliviasse o calvário enfrentado pelos trabalhadores.

Teórico conhecido, Guedes vez por outra palpita em seara que não diz respeito ou o faz fora de hora. Nesta segunda-feira (13), o ministro da Economia disse que o Brasil quer cooperação e ajuda para preservar o meio ambiente. De acordo com Paulo Guedes, erros ou excessos nas políticas ambientais brasileiras serão corrigidos.

“O Brasil sabe da importância do crescimento sustentável do ponto de fiscal e ambiental. O Brasil é um país que alimenta o mundo preservando o meio ambiente. Se há excessos e se há erros, corrigiremos”, disse o ministro durante reunião virtual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

 
Durante seu discurso, Guedes afirmou que o Brasil é um dos países que mais preservam seus recursos naturais e mais protegem seus povos indígenas. Porém, disse que o País tem dimensões continentais e por isso necessita de ajuda.

“Sabemos respeitar tanto o nosso meio ambiente quanto os povos indígenas. Sabemos que temos que preservar e proteger e queremos apoio para fazer isso melhor”, afirmou o ministro.

Paulo Guedes é um neófito na política, mas acredita ser um quase especialista no assunto. Sequer conhece os subterrâneos da política nacional, onde acontece absurdos quase inenarráveis, como, por exemplo, o esquema de corrupção que domina o setor da mineração.

A fala desconexa e desesperada de Guedes surgiu após a divulgação de dados que apontaram índice recorde de desmatamento na Amazônia. Além disso, a declaração aconteceu no dia em que o governo Bolsonaro exonerou a pesquisadora Lubia Vinhas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Vinhas atuava como coordenadora-geral de Observação da Terra do Inpe, departamento responsável pelos sistemas Deter e Prodes, usados no monitoramento contínuo do desmatamento na floresta amazônica.

Desde o início da gestão Bolsonaro, o UCHO.INFO tem afirmado que a desastrada política ambiental do governo causaria sérios danos comerciais e financeiros ao País, principalmente porque o mercado internacional começa a boicotar produtos brasileiros em razão do desmatamento, das queimadas e da vulnerabilidade dos povos indígenas.

Investidores internacionais, que reuniram-se virtualmente com o vice Hamilton Mourão na última semana, foram claros ao afirmar que qualquer parceria com o Brasil na área ambiental só será analisada quando o governo mostrar resultados práticos. Em outras palavras, não será tão cedo.

Como o governo precisa de alguma maneira encontrar uma forma de recuperar a economia na esteira dos estragos provocados pela pandemia do novo coronavírus, Paulo Guedes surge em cena movido pelo desespero, o que o levou a declarações patéticas e que passam a léguas de distância da realidade. Resumindo, o ministro da Economia sofre de sérios problemas de interpretação de texto e parece estar à parte dos acontecimentos vis que marcam o desgoverno Bolsonaro.

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