Aumento do número de infecções pelo novo coronavírus preocupa médicos e autoridades da Alemanha

 
A Alemanha registrou nesta quinta-feira (6) o maior número de infecções diárias por Covid-19 em três meses. Foram 1.045 novos casos em 24 horas, o que elevou a preocupação de que o país europeu possa já estar passando por uma segunda onda da epidemia e de que o governo seja forçado a impor novamente restrições de movimentação.

Especialistas e o governo alemão, sobretudo, estão preocupados com a possibilidade de as novas infecções não serem fruto de um surto específico – como o ocorrido em um matadouro no oeste do país, em meados de junho. Na verdade, as autoridades alemãs temem que os casos estejam espalhados por várias regiões do país, tornando difícil conter o vírus com confinamentos pontuais.

“Temos que nos manter atentos, respeitar as regras”, afirmou o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, nesta quinta-feira. “A pandemia ainda está longe de acabar”.

O ministro demonstrou especial preocupação com as famílias que estão retornando de viagem – grande parte da Alemanha se encontra no momento em férias de verão. Isso, afirmou, pode elevar ainda mais o número de casos. Festas familiares e desrespeito ao distanciamento no ambiente de trabalho também foram apontados pelo ministro como fatores perigosos para o renascimento da epidemia na Alemanha.

O auge da pandemia na Alemanha foi no início de abril, quando o país estava registrando média de 6 mil novos casos por dia. A taxa de contágio, que vinha caindo continuamente desde então, voltou a subir em julho.

 
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A partir do sábado (8), como anunciou Spahn, testes serão obrigatórios para viajantes que tenham estado nas regiões classificadas pelo governo como de risco. A lista é atualizada continuamente pelo Instituto Robert Koch. Além de países onde a pandemia está em alta, como Brasil e EUA, ela tem atualmente, por exemplo, regiões da Espanha e do leste europeu.

A chefe da mais importante associação de médicos da Alemanha disse no início desta semana que o país já está lutando com uma segunda onda do novo coronavírus e corre o risco de desperdiçar seu sucesso inicial devido à não observância às regras de distanciamento social.

“Já estamos em uma segunda onda plana”, disse a presidente da associação de médicos, Susanne Johna, em entrevista ao jornal alemão “Augsburger Allgemeine”, publicada na última terça-feira (4). “Existe o risco de que os sucessos que alcançamos até agora na Alemanha sejam desperdiçados com uma combinação de negação e desejo de retorno à normalidade.”

Após um protesto em Berlim ter reunido milhares de pessoas contrárias às medidas de contenção impostas devido à pandemia, Johna comparou o uso compulsório de máscara com a obrigação do cinto de segurança em veículos, contra a qual também houve resistência popular quando foi introduzida.

As autoridades, incluindo o ministro Spahn, advertiram que será muito mais difícil controlar a propagação do vírus a partir do outono, o que torna ainda mais importante manter os números baixos enquanto o verão europeu se aproxima do fim. Na próxima semana, as escolas do país começarão a reabrir.

A resposta da Alemanha à pandemia tem sido amplamente considerada como bem-sucedida. O Instituto Robert Koch registrou 9.175 mortes em cerca de 213 mil casos confirmados – taxa de mortalidade bem mais baixa do que em países vizinhos. (Com agências internacionais)

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