O governo de Jair Bolsonaro é uma reunião de sabujos abilolados que endossam os desvarios de um presidente incompetente e autoritário que abusa do populismo barato para se manter no poder, como se a parcela pensante da sociedade não conseguisse decifrar a realidade.
A pandemia do novo coronavírus, tratada por Bolsonaro com desdém, galhofas e declarações absurdas, provoca impressionantes estragos na economia do planeta, mas o presidente brasileiro decide encurtar o orçamento da Saúde e da Educação, dois segmentos seriamente afetados pela crise provocada pela Covid-19. Enquanto isso, o orçamento da Defesa para 2021 será majorado, a despeito das muitas necessidades que outros setores enfrentam.
Vocacionado ao despotismo, Bolsonaro mostrou sua essência pífia ao não comandar, de forma democrática, o combate à pandemia. Isso porque o presidente é um político mimado que não consegue dividir o protagonismo, mesmo diante de mais de 108 mil mortes pela Covid-19. Lembrando que o próprio Bolsonaro, em um dos seus enfadonhos chistes, afirmou que a doença no máximo provocaria 800 mortes em todo o País.
Muito além de ser um instrumento econômico-financeiro, o orçamento da União é uma ferramenta política que, a depender da forma como é manuseada, pode produzir estragos irreparáveis. No momento em que o desemprego avança e a crise econômica vem chacoalhando em todos os quadrantes do País, o governo, a reboque de sua conhecida miopia administrativa, corta o orçamento de setores que deveriam receber mais recursos e atenção do Estado.
O Brasil não é alvo de ameaças externas no âmbito militar a ponto de justificar a majoração do orçamento da Defesa, enquanto a Saúde necessita de mais recursos para continuar enfrentando a pandemia e a Educação, que é vergonhosa, terá gastos adicionais para a adoção de protocolos sanitários que permitam a retomada das aulas presenciais.
A conta dessa decisão absurda será paga pelas próximas gerações, assim como as atuais estão a pagar por decisões tomadas no passado. É impossível falar em retomada da economia em um país em que a Educação e a Saúde jazem à beira da cova da incompetência.
A situação é tão grave em termos econômicos, que o governo defende a criação de um novo imposto, nos moldes da antiga e famigerada CPMF, para aumentar a arrecadação e conseguir tirar o equilíbrio fiscal das fronteiras do abismo. Não se alavanca uma economia com criação de novos tributos, mas com distribuição de renda, geração de empregos e capacitação do trabalhador, além de investimentos maciços em setores essenciais, como transporte, saúde, educação e saneamento.
Há alguns meses, apesar de o Brasil permanecer em um teimoso “voo de galinha” no que se refere à situação econômica, o ministro Paulo Guedes, em mais um dos seus conhecidos devaneios, os quais fazem a alegria do mercado financeiro, afirmou que a economia brasileira estava em pleno voo.
Em outro ponto do redemoinho em que nos encontramos está a necessidade de Jair Bolsonaro de contar com o apoio de parlamentares de aluguel no Congresso. Para isso o presidente já deu mostras de que recorrerá, quando necessário, aos chamados “créditos extraordinários” para atender a interesses provados com o suado dinheiro público.
Resumindo, o futuro do Brasil está nas mãos de um incompetente que flerta com o autoritarismo diuturnamente e é aplaudido o tempo todo por fãs da ditadura e radicais ideológicos e religiosos. Somente um irresponsável é capaz de acreditar que essa fórmula de governança há de tirar o País do atoleiro.
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