Um grande incêndio eclodiu em um armazém do porto de Beirute nesta quinta-feira (10), pouco mais de um mês depois que duas fortes explosões no mesmo local destruíram parte da capital libanesa. As causas do novo incêndio ainda são desconhecidas e, até o momento, são desencontradas as informações sobre feridos.
“Um incêndio estourou em um depósito de óleo e pneus na zona franca do porto de Beirute e as operações para extingui-lo começaram. Helicópteros do exército participam da operação”, disse o Exército em um comunicado.
O chefe interino do porto, Bassem al-Kaissi, informou ao canal de televisão libanês LBC que o incêndio “começou com recipientes de óleo antes de passar para os pneus”. “Foi causado pelo calor ou por um erro. É muito cedo para dizer”, explicou Kaissi.
Pessoas que trabalham em escritórios próximos ao porto foram orientadas a deixar os prédios imediatamente, informou uma testemunha à agência alemã de notícias “dpa”. Uma densa fumaça negra se espalhou pela cidade e pessoas que trabalham no porto saíram correndo para fora das instalações, como mostram vários vídeos postados nas redes sociais por moradores de Beirute.
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Um trabalhador de 33 anos de uma empresa no porto disse que fugiu do novo incêndio com medo. “Estávamos trabalhando, de repente eles começaram a gritar para sairmos”, disse ele. “Estava ocorrendo uma soldagem e começou um incêndio. Não sabemos o que aconteceu. Largamos tudo e começamos a correr. Isso nos lembrou da explosão”, relatou.
Os motoristas que estavam nas ruas perto ao porto deixaram os veículos e se abrigaram em prédios e lojas próximas. Enquanto isso, a polícia orientava a os motoristas que evitassem as rodovias que levam ao porto.
Em 4 de agosto, quase três mil toneladas de nitrato de amônio explodiram no porto de Beirute, matando 191 pessoas, ferindo mais de 6 mil, deixando mais de 300 mil desalojados e destruindo grande parte da cidade. A tragédia agravou a crise econômica vivida pelo país e fez saltar o número de casos de Covid-19. A população foi às ruas e exigiu a renúncia do primeiro-ministro Hassan Diab, que cedeu à pressão e deixou o cargo em 10 de agosto.
Autoridades do Líbano iniciaram uma investigação sobre a explosão e já prenderam 25 pessoas, entre eles, altos funcionários do porto e da alfândega e trabalhadores sírios que supostamente realizaram soldagens horas antes da explosão.
Na última semana, equipes de resgate retomaram as buscas por um sobrevivente, após um cão farejador de uma equipe chilena de resgate detectar algo e correr em direção aos escombros e um equipamento identificar o que poderia ser um pulso de 18 a 19 batimentos por minuto. Guindastes e escavadeiras foram usados na busca nos escombros de um prédio que desabou. Dois dias depois, as buscas foram interrompidas, sem achar sobreviventes. (Com agências internacionais)
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