Amparado pela boçalidade, Bolsonaro diz que “conversinha mole de ficar em casa é para os fracos”

 
A Covid-19 chegou a mais de 30 milhões de casos confirmados e provocou quase 1 milhão de mortes em todo o planeta, mas o presidente Jair Bolsonaro, a reboque da sua irresponsabilidade genocida, continua a disparar estultices acerca da pandemia do novo coronavírus, como se o tema não merecesse ser tratado dentro dos limites da ciência.

Em evento oficial no estado do Mato Grosso, nesta sexta-feira (18), após o avião presidencial arremeter por duas vezes em razão da fumaça decorrente das queimadas no Pantanal, Bolsonaro mais uma vez recorreu à zombaria e ao populismo barato para criticar as pessoas que optaram pelo isolamento social como forma de se proteger contra a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

“Vocês não pararam durante a pandemia. Vocês não entraram na conversinha mole de ficar em casa. Isso é para os fracos”, disse o presidente a produtores rurais e apoiadores que foram ao evento na cidade de Sorriso, no norte mato-grossense.

Emoldurados pelo negacionismo tosco e criminoso, os devaneios de Bolsonaro têm levado o Brasil a ser alvo de críticas e chistes por toda parte, mas é inaceitável que um chefe de Estado aja de maneira tão irresponsável, disparando destampatórios e promovendo aglomerações apenas porque seu principal objetivo é a reeleição daqui a dois anos.

 
Todo cidadão tem garantido o direito constitucional à livre manifestação pensamento, mas o brasileiro de bem e provido de bom-senso não pode endossar a declaração covarde e bandoleira de um governante que desrespeita as famílias das quase 136 mil pessoas que não resistiram à fúria do novo coronavírus.

Infectado pelo vírus da delinquência intelectual, Bolsonaro, cuja trajetória política dispensa maiores apresentações, novamente valeu-se da boçalidade para vender aos incautos que se aglomeraram em Sorriso a falsa ideia de que é corajoso e invencível, tendo escapado da Covid-19 por ter feito uso de hidroxicloroquina, medicamento que não tem eficácia cientificamente comprovada no combate à doença. Pelo contrário, a hidroxicloroquina produz efeitos colaterais graves e que podem levar à morte.

Em qualquer país minimamente sério e com uma população de brio – com sangue nas veias e doses rasas de vergonha – Bolsonaro já teria sido apeado do cargo na esteira da pressão popular. É fato que a pandemia do novo coronavírus continua a exigir o distanciamento social, mas as redes sociais são eficazes o suficiente para despejar o presidente da República. Basta querer!

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