Temendo ser derrotado, Trump se recusa a participar de debate virtual com o democrata Joe Biden

     
    Apesar de estar infectado com o novo coronavírus, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (8) que não participará de um debate virtual contra seu adversário nas eleições, o democrata Joe Biden. A recusa coloca em dúvida a realização do evento marcado para 15 de outubro.

    “Eu não vou participar de um debate virtual”, afirmou Trump à emissora de televisão Fox Business. “Isso é inaceitável”, acrescentou.

    A declaração foi dada logo após a comissão que organiza os eventos anunciar que o debate agendado para a próxima semana, que deveria ocorrer em Miami, foi transferido para o formato virtual para proteger a saúde de todos os envolvidos no evento, após Trump ser diagnosticado com Covid-19.

    O presidente já tinha dito que não compareceria ao evento se ainda estivesse com o vírus. Diante dessa incerteza, a comissão modificou o formato e anunciou que os candidatos participariam de forma “remota” e em locais diferentes, enquanto os espectadores e o moderador estariam em Miami e fariam perguntas aos candidatos.

    A campanha de Biden aprovou a mudança. O democrata já tinha dito que um evento presencial não deveria ser realizado enquanto o presidente não testasse negativo para o novo coronavírus.

    Mais tarde, os republicanos propuseram adiar em uma semana os dois debates restantes, como forma de assegurar que os eventos ocorram com a presença física de ambos os candidatos. O gerente da campanha de Trump, Bill Stepien, afirmou em nota que “o povo americano não deve ser privado da chance de ver os dois candidatos frente a frente mais duas vezes”.

     
    Ele propôs que o debate do dia 15 seja adiado para o dia 22, data em que ocorreria o terceiro embate direto entre Trump e Biden, com a participação do público. Dessa forma, o último debate antes das eleições ocorreria no dia 29 de outubro.

    Após a recusa do republicano em participar do debate no formato virtual, a campanha de Biden também havia proposto um adiamento de uma semana, “para que o presidente não possa fugir de suas responsabilidades”, segundo afirmou a coordenadora da campanha de Biden, Kate Bedingfield.

    Em comunicado, ela ressaltou que “os eleitores devem ter a oportunidade de fazer suas perguntas diretamente aos dois candidatos”. “Todos os candidatos à presidência desde 1992 participaram desses eventos, será vergonhoso se Trump for o primeiro a se recusar”.

    Trump foi diagnosticado com Covid-19 na quinta-feira passada, 48 horas depois do primeiro debate com Biden em Cleveland. Apesar da distância de mais de dez metros entre os dois durante o debate televisivo, a situação obrigou o democrata a fazer uma série de testes antes de retomar a campanha eleitoral.

    Já Trump, de 74 anos, que chegou a ser internado por três dias, deixou o hospital na última segunda-feira (5), antes de estar curado. Os médicos evitaram dar detalhes sobre o seu estado de saúde.

    De volta à Casa Branca, Trump vem protagonizando controvérsias. Na terça-feira (6), o Facebook e o Twitter apagaram publicações do mandat´rio americano que minimizavam os perigos da Covid-19. Um dia após receber alta do hospital militar em que esteve internado, Trump usou as duas redes sociais para apontar de maneira enganosa que o novo coronavírus é menos letal do que a gripe comum.

    Depois de deixar o hospital, Trump também tirou a máscara assim que chegou à Casa Branca e prometeu voltar rapidamente à campanha para as eleições de 3 de novembro. Pouco antes, ele novamente minimizou a pandemia ao afirmar que os americanos não deveriam temer o vírus, apesar das m ais de 210 mil mortes causadas pela Covid-19 no país.

    Desde o início da pandemia, Trump vem menosprezando a doença. Ele chegou a afirmar em várias ocasiões que o vírus desapareceria, o que não aconteceu até o momento. O presidente ignorou diversas vezes os alertas das autoridades de saúde e vinha realizando eventos de campanha.

    Os Estados Unidos são o país que somam os maiores números absolutos de casos e de mortes por Covid-19 no planeta. Já são mais de 7,5 milhões de infectados e 212 mil mortos. (Com agências internacionais)

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