Pela primeira vez desde o começo da pandemia, a Alemanha ultrapassou a marca de 7.000 casos diários do novo coronavírus. Nesta sexta-feira (16), o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas, reportou 7.334 infecções em 24 horas. Foi o segundo dia consecutivo de recorde de casos diários.
Contudo, as autoridades alertam que os valores atuais não podem ser comparados com os do começo do ano, pois agora estão sendo realizados significativamente mais testes – e, portanto, mais infecções são descobertas.
Desde meados de agosto, o número de testes para detectar o coronavírus tem variado entre 1,1 milhão e 1,2 milhão por semana. Vários laboratórios estão registrando atrasos nos resultados. Alguns relataram problemas na entrega de reagentes.
Segundo o RKI, o número de pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) com Covid-19 também aumentou no país. Atualmente, 655 pessoas estão sendo tratadas em UTIs, 329 delas com ventilação mecânica.
O número é bem superior ao registrado há uma semana, quando havia 487 pessoas em UTIs (239 com ventilação mecânica), e quase o dobro do registrado em 1º de outubro, quando eram 362 pacientes (193 com ventilação mecânica). Apesar disso, cerca de 8.700 leitos de terapia intensiva seguem disponíveis na Alemanha.
O RKI estima que o valor R, fator que indica a capacidade de propagação da doença, era de 1,08 nesta quinta-feira. Isso significa que 100 pessoas infectadas contaminam, em média, outras 108 pessoas.
Lockdown descartado por enquanto
Nesta sexta-feira, Helge Braun, chefe de gabinete da chanceler Angela Merkel, disse que vê a Alemanha “no início de uma segunda onda realmente grande”. Segundo Brasun, a situação é “significativamente mais séria” do que durante a primavera europeia, auge da pandemia no continente. “Não esperamos que os números diminuam amanhã, mas, sim, que continuem a aumentar”, completou.
Sob o lema “cuidado imediatamente”, Braun pediu aos políticos locais e estaduais que reajam rapidamente ao aumento no número de casos. Ele explicou que, se as infecções aumentarem significativamente em uma região, medidas imediatas devem ser tomadas, antes que o valor ultrapasse o limite de 50 novas infecções por 100.000 habitantes em sete dias, nível definido pelo governo alemão para uma área ser considerada de risco.
Para o chefe de gabinete de Merkel, atualmente não há necessidade de um novo lockdown. Ele também destacou que o lazer é geralmente o motor da infecção. No topo de transmissão, segundo ele, estão as festas e, em seguida, as viagens.
De acordo com o RKI, ao todo a Alemanha registra 348.557 casos confirmados de coronavírus e 9.734 mortes. Cerca de 287.600 dos infectados já estão recuperados.
Apesar do crescimento de casos na Alemanha, os números são inferiores aos de países vizinhos. A França ultrapassou nesta quinta-feira a marca de 30.000 novos casos de Covid-19 em 24 horas. Na Espanha, foram mais de 13.000, e na Itália, mais de 8.000.
Medidas mais duras
Na quarta-feira, Merkel chegou a um acordo com os governadores dos 16 estados alemães para introduzir medidas mais duras para tentar frear o número de infecções.
Pelas novas regras, se uma área registrar mais de 35 novas infecções por 100.000 habitantes em sete dias, as máscaras se tornam obrigatórias em todos os lugares onde pessoas têm contato próximo por um período prolongado – máscaras já são exigidas no transporte público e em lojas.
O número de pessoas autorizadas a se reunir também foi limitado a 25 em espaços públicos e 15 em espaços privados.
Uma vez que o limite de 50 novas infecções por 100.000 for excedido, restrições ainda mais severas serão aplicadas. Isso inclui limitar as reuniões privadas a dez pessoas ou a moradores de duas residências, além do fechamento de bares e restaurantes após as 23 horas.
No momento, cidades como Berlim, que ultrapassaram a marca de 50 casos, já vêm impondo essas medidas, que incluem ainda a proibição da venda de álcool depois das 23 horas. (Com agências internacionais)
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