Após ser desautorizado por Bolsonaro, ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, recebe diagnóstico de Covid-19

 
Durante declaração à imprensa, nesta quarta-feira (21), na cidade paulista de Iperó, o presidente Jair Bolsonaro, ao responder questionamentos sobre a decisão de não comprar vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, disse, em meio a tantas estultices, que a população está inalada por “discursos de terrorismo” e que os números apontam que a pandemia “está indo embora”, mas não apresentou dados que comprovem tal declaração.

Como contraponto à insana resposta de Bolsonaro, e comprovando que o novo coronavírus continua fazendo estragos nas plagas da pretérita Pindorama, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, testou positivo para a Covid-19. Pazuello, que foi desautorizado por Bolsonaro no caso da compra de doses da Coronavac, recebeu o diagnóstico nesta quarta-feira.

Pazuello é o 12º integrante do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro a contrair o novo coronavírus. De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, o ministro teria relatado a auxiliares, na segunda-feira, mal-estar e chegou a cancelar sua participação em evento no Palácio do Planalto. No dia seguinte, com febre e suspeita de Covid-19, resolveu fazer o teste.

 
Sem experiência na área de gestão da saúde pública, Pazuello logo se tornou um fiel cumpridor das absurdas vontades de Bolsonaro no ministério, mesmo quando as ordens contrariavam o consenso científico. Ele editou protocolos para a expansão do uso da hidroxicloroquina e chegou a tentar esconder os números da pandemia, tão logo assumiu a pasta em substituição ao médico Nelson Teich.

Além de Pazuello, 11 dos 23 ministros de Bolsonaro já foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2: Walter Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Onyx Lorenzoni (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), Milton Ribeiro (Educação) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

Em julho, o próprio Bolsonaro testou positivo para a Covid-19, após inúmeras recomendações médicas para evitar aglomerações e uma enxurrada de declarações negacionistas sobre a doença. A primeira-dama Michelle Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, o filho “01” do presidente da República, também contraíram o vírus.

Sem qualquer esforço do raciocínio, um estreante no campo do Direito sabe que o comportamento genocida de Jair Bolsonaro em relação à pandemia do novo coronavírus configura crime de responsabilidade. Situação que em países com doses rasas de responsabilidade já teria se transformado em processo de impeachment. O Brasil precisa se livrar dessa chaga, antes que a democracia sucumba diante de um totalitarista ensandecido.

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