Como sempre afirmamos ao longo dos últimos vinte e dois meses, o presidente Jair Bolsonaro, político movido pela inépcia, vem governando o país no modo “balão de ensaio”, ou seja, lança suas estultices sobre a população e, na sequência, é obrigado a recuar. Assim tem sido em muitos segmentos do cotidiano nacional, como se a parcela pensante da sociedade ano estivesse atenta às investidas bizarras que emanam do Palácio do Planalto.
O mais recente absurdo do governo, que acabou retirado de cena, foi a tentativa inserir no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) – leia-se concessão – as Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis pelo primeiro atendimento médio no escopo do SUS.
O decreto que colocava as UBS’s na fila da concessão foi revogado após reação de políticos, autoridades, especialistas e setores da sociedade, dispostos a levar às últimas consequências uma quezila que provocaria enormes danos ao governo. O anúncio da revogação do decreto foi feito em rede social pelo próprio Bolsonaro, que usou o título “O SUS e sua falsa privatização”.
“Temos atualmente mais de 4.000 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 168 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) inacabadas. Faltam recursos financeiros para conclusão das obras, aquisição de equipamentos e contratação de pessoal. O espírito do decreto 10.530, já revogado, visava o término dessas obras, bem como permitir aos usuários buscar a rede privada com despesas pagas pela União”, escreveu Bolsonaro.
Publicado na terça-feira (27) e assinado por Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes (Economia), o decreto previa a realização de estudos “de parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de unidades básicas de saúde”.
Marcada pelo insucesso, a manobra palaciana era o primeiro passo para transferir à iniciativa privada o gerenciamento das UBS, porta de entrada do Sistema Único de Saúde.
As reações e críticas foram tão contundentes e numerosas, que a cúpula do governo tentou conter o estrago, mas percebeu que a operação não produziria os efeitos desejados. Diante desse cenário, a Secretaria-Geral da Presidência, no afã de minimizar as críticas, divulgou nota afirmando que “a medida não representa qualquer decisão prévia, pois os estudos técnicos podem oferecer opções variadas de tratamento da questão, que futuramente serão analisados pelo governo federal”. Diante do insucesso da operação, Bolsonaro foi convencido que revogar o decreto era o melhor caminho.
Quando algum dos “balões de ensaio” do governo provoca ruído, obrigando o governo a recuar, Bolsonaro sempre surge nas redes sociais envergando a fantasia do injustiçado e do incompreendido. Que ninguém caia na esparrela oficial que tem como cardápio o falso bom-mocismo de Bolsonaro, pois o presidente, como sabem nossos leitores e seguidores, é o que se conhece como “mais do mesmo”.
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