Arte de rua, poesia visual e questões sociais em dois eventos imperdíveis na cidade de São Paulo

 
Logo após o assassinato de George Floyd, morto por policiais americanos que em mais um ato de covardia e truculência expuseram de forma inconteste o racismo estrutural existente nos Estados Unidos, assim como em muitos países, os brasileiros aderiram ao movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam). Na realidade, vidas importam, independentemente se de negros ou brancos, mas o racismo tem aberto portas para a violência e a brutalidade do Estado contra o cidadão.

No Brasil, o “Black Lives Matter”, que logo de início contagiou a sociedade como um todo, adotando nas redes sociais o “politicamente correto”, foi perdendo forças e acabou restrito aos afrodescendentes e aos defensores da causa, como se somente a eles coubesse a responsabilidade por brigar pelos direitos humanos e pela isonomia de tratamento dispensado a cada cidadão.

O brasileiro, em geral, precisa sair da zona de conforto e juntar-se novamente à luta que não é apenas dos negros, mas de todo ser humano que se preocupa com o próximo e seus respectivos direitos, não importando cor, raça, credo, ideologia e outros quesitos. Resumindo, a luta continua!

Diante disso, o UCHO.INFO convida os leitores para dois eventos imperdíveis que reunirão, na capital paulista, arte de rua, poesia visual e questões sociais. Rysco Rodriguez e mais 25 artistas independentes vão expor fotos e vídeos de múltiplas formas de expressão, incluindo muito grafite, no Fenda Bar (Rua Capote Valente, 313 – Pinheiros – São Paulo), no dia 20 de novembro (sexta-feira).

Intitulado “Colabore Artivismo #2”, o evento trará, nesta edição, vários trabalhos inspirados nos desafios enfrentados pelos negros ao redor do planeta e especialmente no Brasil.

No dia seguinte, 21 de novembro (sábado), acontece o “Rysco Rodriguez Convida”, na Galeria Alma da Rua (Rua Gonçalo Afonso, 96 – o famoso “Beco do Batman”, na Vila Madalena).

No “Beco do Batman”, os artistas farão uma performance ao vivo em grafite/pixo com grande impacto visual e uma mensagem de cunho antirracista. Também será exibido o documentário “Eu não consigo respirar!”, dirigido pelo multiartista @tonibaptistebrasil, com a participação especial de @eh_humano e @and.ilas e imagens de @lucanpiai.

 
Quem é Rysco Rodriguez?

Arquiteto por formação, poeta por vocação e grafiteiro por convicção – “meu trabalho é visceral e sinto essa necessidade de gravá-lo nas entranhas da cidade” –, Rysco Rodriguez mescla seus saberes sobre urbanismo a influências musicais, cinematográficas, literárias, teatrais e das artes plásticas. “A influência do cubismo é bem nítida na minha arte”, diz o artista.

Da faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Rysco traz o método de planejar suas obras artísticas em AutoCAD e o compromisso de conceber as intervenções sob a perspectiva do “diálogo com o entorno, com a cena urbana.”

Rysco Rodriguez nunca tira a balaclava nem revela seu nome verdadeiro. Síndrome de super-herói? Não. Apenas um artista performático que não quer o foco para si, mas para as causas que defende.

Do que trata o vídeo “Eu não consigo respirar”?

O minidocumentário é parte de um projeto mais amplo, que leva o mesmo nome: “Eu não consigo respirar!”

Concebido por Rysco Rodriguez – arquiteto, artista do grafite e poeta do concreto (literalmente) –, o projeto inclui um grafite gigantesco na lateral do Hotel Urbis, em São Paulo.

“Eu não consigo respirar”, grita o concreto, com a tipologia característica de Rysco grafada em preto, vermelho e branco.

O objetivo da ação é denunciar o racismo cotidiano e manter viva a memória de George Floyd, vitimado em maio deste ano pela ação truculenta de policiais de Minneapolis (EUA).

No vídeo filmado por testemunhas, é possível ouvir quando Floyd, imobilizado no chão, diz: “eu não consigo respirar”. Contudo, o policial que o imobilizou não atende aos apelos da vítima e de testemunhas, e continuou pressionando um dos joelhos contra o pescoço de Floyd, até que ele perde os sentidos.

Levado por uma ambulância pouco tempo depois, George Floyd chega sem vida ao hospital. Sua morte foi o estopim de uma onda de protestos que há meses varre os Estados Unidos sob um único lema: “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam).

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