Bolsonaro age de forma criminosa no campo da pandemia, enquanto Saúde apaga postagem em rede social

 
Quando o UCHO.INFO afirma que o negacionismo de Jair Bolsonaro em relação à COvid-19 é criminoso e sua irresponsabilidade diante da pandemia é genocida, não se trata de figura de linguagem, mas de constatação dos fatos. A postura do governo federal em relação à crise provocada pelo vírus SARS-CoV-2 não apenas é extremamente preocupante, mas sugere ser caso de polícia.

No momento em que o planeta registra o maior número diário de mortes por Covid-19 (11.115 óbitos), conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins – dados referentes à terça-feira (17) – Bolsonaro insiste em minimizar a doença e a possibilidade de uma segunda onda, que o presidente classificou como “conversinha”. O pico de mortes durante a primeira onda do novo coronavírus foi registrado em 17 de abril, quando ocorreram 8.365 mortes.

Depois de afirmar que é preciso enfrentar a Covid-19 e que o Brasil não pode ser um “país de maricas”, Jair Bolsonaro se vê acuado diante de uma segunda onda da doença, que, segundo especialistas médicos e em infectologia, já desembarcou no Brasil. Aliás, como afirmou este portal de notícias em matéria anterior, a segunda onda de Covid-19 surgiu sem que o governo tivesse contido a primeira. Isso significa que a tragédia tem chance de ser muito maior do que se imaginava.

Em todo o planeta, já são mais de 1,3 milhão de mortes provocadas pelo novo coronavírus, sendo que os maiores números de óbitos em razão da pandemia são registrados nos seguintes países: Estados Unidos (248 mil), Brasil (166 mil), Índia (130 mil), México (99 mil) e Reino Unido (52 mil).

A politização da pandemia e da busca por uma vacina contra a Covid-19 é ingrediente extra em um cenário desolador, mas as autoridades elegeram a doença como arma eleitoral, com vistas à corrida presidencial de 2022.

Bolsonaro afirmou recentemente que o governo não compraria a Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, um dia após o Ministério da Saúde ter anunciado oficialmente a aquisição de 46 milhões de doses do imunizante.

Na última semana, o presidente da República acenou com um falso recuo em relação à Coronavac e disse que o governo poderia comprar a vacina produzida na China. Essa manobra tinha fins eleitorais, já que Bolsonaro não queria que a absurda decisão em relação ao imunizante chinês interferisse no desempenho dos candidatos que tinham seu apoio político. Mesmo assim, o desastre nas urnas foi completo.

 
Dias antes das eleições, o presidente sugeriu a existência de algo estranho na vacina desenvolvida na China em razão de um voluntário brasileiro que cometeu suicídio. Laudo do Instituto Médio Legal (IML) de São Paulo atestou que o voluntário morreu em decorrência da ingestão de vários tranquilizantes, anestésicos potentes e álcool. Mesmo assim, a sordidez e a delinquência intelectual do presidente falaram mais alto.

“Pode ser o efeito colateral da vacina também. Tudo pode ser. Não sei se já chegaram à conclusão, mas esclarece e volta a pesquisar a vacina, a CoronaVac, da China”, disse Bolsonaro.

“Estão tentando investigar, porque quando uma pessoa comete suicídio geralmente tem um histórico de depressão, a mulher largou ele, o marido largou ela. Uma série de coisas: histórico familiar, perdeu o emprego, perdeu tudo. Vamos apurar a causa do suicídio e daí, obviamente, em sendo suicídio, não tem nada a ver com a vacina”, completou o néscio.

O presidente abusa da ciclotimia ao falar sobre a pandemia e a Covid-1. Ora defende o uso de medicamentos sem eficácia comprovada (cloroquina e ivermectina) no tratamento da doença, ora afirma que é preciso enfrentar o vírus com coragem e “macheza” e que a morte é a única certeza de quem está vivo. Resumindo, um boçal a decidir o futuro da nação.

Dedicando nauseante sabujice ao derrotado e mimadíssimo Donald Trump, ainda presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro insiste em desacreditar a vacina da Sinovac, ao mesmo tempo em que, acenando à Casa Branca, força o governo a discutir com a farmacêutica norte-americana Pfizer a compra do imunizante contra a Covid-19.

O escárnio na seara da pandemia tornou-se ainda maior nesta quarta-feira (18), com a decisão do Ministério da Saúde de apagar da conta oficial no Twitter mensagem em que, respondendo a um internauta, recomendou o uso de equipamentos de proteção e destacou a importância do isolamento, já que por enquanto, segundo a pasta, não há qualquer medicamento ou vacina capaz de combater o SARS-CoV-2.

Considerando que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse, há dias, no melhor estilo “pau mandado”, que um manda, o outro obedece”, não será surpresa se a decisão de suprimir a postagem tenha sido tomada após ordem do Palácio do Planalto.

Desde a eleição presidencial de 2018 o UCHO.INFO afirma que Jair Bolsonaro é um incompetente perigoso e desprovido de estofo para ocupar cargo de tamanha relevância e responsabilidade. Agora, com tantos episódios absurdos, o caso é de interdição e de impeachment. Até porque, Bolsonaro vem cometendo sucessivamente crimes de responsabilidade e contra a humanidade.

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