O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) reagiu ao escândalo envolvendo a Abin e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Presidente do Sindifisco, Kleber Cabral afirmou que a aludida ajuda da Abin ao senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”, revelada nesta sexta-feira (11) pelo jornalista Guilherme Amado, da revista Época, caso se confirme, “é inaceitável em todos os sentidos”.
“Ao estar a serviço de uma causa que não é republicana, a atuação da Abin passou de qualquer limite”, disse Cabral.
De acordo com a publicação semanal e como noticiamos em matéria anterior, a Abin produziu ao menos dois relatórios para ajudar o senador no caso que trouxe à tona o esquema criminoso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que gerou denúncia contra Flávio por lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa, juntamente com o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz e outros envolvidos no ilícito.
O Sindifisco repudiou o suposto uso da Receita como orientação da Abin. “A Receita Federal, diante do que vem sendo noticiado pela mídia, tem resistido às pressões políticas, tentativas de ingerência que precisam ter um fim imediato”, escreveu Kleber Cabral.
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“Se não bastasse a gravidade de se ter uma agência de inteligência mobilizada para defender o filho do presidente da República, acusado de atos ilícitos, como a “rachadinha” na Alerj, não se pode admitir que um órgão de governo busque interferir num órgão de Estado, protegido pela Constituição Federal, sugerindo afastamentos de servidores públicos.”
Ainda na nota, o Sindifisco pede uma reação por parte do próprio órgão (Receita), do Congresso Nacional e da imprensa contra “esse que pode se configurar no maior escândalo da República”.
O uso da Abin pelo governo em favor da família de Jair Bolsonaro é um crime sem precedentes na democracia brasileira e precisa ser punido com o máximo rigor, devendo o Congresso Nacional não titubear diante de eventual pedido de impeachment contra o presidente da República, que continua acreditando que o fato de ter sido eleito em 2018 lhe confere poderes que atentam contra o Estado de Direito.
Ou a parcela de bem da sociedade reage à altura do escárnio protagonizado por Bolsonaro e seus filhos, ou o brasileiro deve aceitar desde já que o País caminha a passos largos na direção de uma ditadura nos moldes modernos.
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