“QG da Propina”: Marcelo Crivella é preso no Rio de Janeiro e afastado do cargo

 
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (22) em operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público fluminense. Também foram presos o empresário Rafael Alves, homem forte do alcaide carioca; Mauro Macedo, ex-tesoureiro da campanha de Crivella; e o delegado aposentado Fernando Moraes.

A ação é um desdobramento da Operação Hades, que investiga desde 2018 um suposto esquema de propina na prefeitura carioca, com base em delação do doleiro Sérgio Mizrahy. O “QG da propina”, segundo Mizrahy, seria operado por Rafael Alves.

Outro alvo da operação desta terça-feira é o ex-senador Eduardo Lopes, também do Republicanos, que não foi localizado pela polícia em sua residência no Rio de Janeiro. Ele era suplente de Crivella e assumiu o mandato no Senado no início de 2017 e o exerceu até o final de 2018. Em seguida, foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Estado.

Crivella foi preso por volta das 6 horas da manhã em sua casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste carioca, e levado à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade. Após ser detido, ele declarou à TV Globo que foi o mandatário que mais combateu a corrupção na cidade e que esperava justiça.

 
“Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do Carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”, afirmou o prefeito à emissora.

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Crivella disputou neste ano a reeleição contra Eduardo Paes (DEM) e perdeu no segundo turno, por 64% a 36% dos votos válidos. Seu mandato se encerra em 31 de dezembro.

Quem assume interinamente a Prefeitura do Rio de Janeiro é o vereador Jorge Felipe (DEM), presidente da Câmara Municipal. O vice-prefeito do Rio de Janeiro eleito com Crivella em 2016, Fernando McDowell, morreu em maio de 2018.

Investigação

De acordo com o Ministério Público, Rafael Alves tinha influência na Prefeitura do Rio e extorquia empresários que desejavam prestar serviços ou vender bens ao poder público ou resolver pendências como dívidas e cobranças.

Em operação deflagrada em março passado, Rafael Alves e seu irmão Marcelo Alves, então presidente da Riotur, já haviam sido alvos de busca e apreensão. A investigação apontou que Alves tinha intimidade com Crivella, com quem fazia caminhadas e marcava jantares e encontros com frequência.

Segundo o jornal “O Globo”, Rafael Alves ganhou a confiança do político ao colaborar na arrecadação de recursos de empresas e pessoas físicas para sua campanha em 2016.

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