China finalmente autoriza entrada de especialistas da Organização Mundial da Saúde

 
Uma equipe de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu permissão para viajar à China nesta semana para realizar investigação sobre as origens do coronavírus SARS-CoV-2, o causador da Covid-19. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (11) pela Comissão Nacional de Saúde chinesa.

A notícia encerra meses de um impasse entre o governo de Pequim e a OMS, após extensas negociações entre as duas partes. Nas últimas semanas, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, vinha se queixando dos atrasos.

Membros da equipe internacional já haviam deixado seus países de origem rumo à China nos primeiros dias do ano, mas, segundo Tedros, os chineses ainda não tinham fornecido as autorizações necessárias para o acesso ao país, que registrou oficialmente o primeiro surto mundial de Covid-19 na cidade de Wuhan, nos últimos dias de dezembro de 2019.

O Ministério do Exterior chinês disse que havia ocorrido um “mal-entendido”, e garantiu na semana passada que “nunca houve nenhum problema de cooperação” com a OMS. Segundo o órgão, a entidade de saúde sabia que não se tratava apenas de “um problema de visto”, acrescentando que as duas partes ainda preparavam a visita. Os cientistas tiveram de voltar para seus países de origem até que a situação fosse resolvida.

O Ministério disse que a China aprovou a visita para possibilitar uma “troca de perspectivas entre os cientistas chineses e os especialistas médicos dentro da cooperação científica pra rastrear a origem do novo coronavírus”.

Teorias divergentes sobre origem do coronavírus

Em um breve comunicado publicado em seu portal de internet, a Comissão Nacional de Saúde apenas indica que os técnicos da OMS chegarão à China na próxima quinta-feira. Não foi esclarecido se os especialistas poderão viajar também a Wuhan.

A missão, considerada como prioritária para a OMS, é formada por especialistas ligados à entidade e à Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial da Saúde Animal, com integrantes de Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietnã, Alemanha e Qatar.

A teoria inicial sobre a origem da doença afirma que o coronavírus se espalhou por um mercado de produtos frescos e animais em Wuhan. A imprensa oficial chinesa, controlada pelo regime comunista, porém, vem promovendo nos últimos meses narrativas alternativas para tirar o país do foco, apontando, por exemplo, que o surto pode ter surgido a partir de alimentos congelados importados de outros países. A China vem sendo acusada de ter tentado abafar inicialmente o surgimento da doença.

Os especialistas da OMS já tenham visitaram a China em fevereiro e julho do ano passado, mas não revelaram detalhes de suas investigações.

Tedros Adhanom comemorou a decisão chinesa. “Esperamos trabalhar próximo aos nossos parceiros chineses nesta missão crítica para identificar a fonte do vírus e sua rota de transmissão aos humanos”, escreveu em seu perfil no Twitter. (Com agências internacionais)

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