Após três semanas de aceleração dos casos de Covid-19, Portugal entra nesta sexta-feira (15) em novo período de confinamento geral. O país tem a quarta maior taxa de letalidade por milhão de habitantes da União Europeia.
Além dos hospitais, os serviços funerários estão sob pressão. Com aproximadamente 10,2 milhões de habitantes, Portugal registra um número inédito de mortes simultâneas. Somando-se os óbitos por Covid-19 aos ocorridos por outros motivos, a média diária de mortes no país europeu está há nove dias acima de 500.
Sobrecarregadas, as funerárias portuguesas têm solicitado ajuda às autoridades. Presidente da Associação Nacional das Empresas Lutuosas, Carlos Almeida pediu aos hospitais que aumentem a capacidade de área refrigerada para armazenamento de corpos. “Já há cadáveres em salas refrigeradas a uma temperatura não ideal, mantida com ar-condicionado”, afirmou Almeida à agência Lusa.
Em várias regiões portuguesas há filas para enterros e cremações. Em Lisboa, por exemplo, a espera por cremação chega a 72 horas, contra 24 horas em situação normal.
Em clara tentativa de frear o crescimento de infecções e mortes pelo novo coronavírus, o primeiro-ministro português António Costa decretou novo “lockdown”, nos mesmos moldes do adotado em março e abril de 2020, quando Portugal enfrentava a primeira onda de Covid-19.
Com a decisão, funcionarão apenas os serviços considerados essenciais. Os setores de comércio e de serviços não poderão abrir as portas novamente, incluindo salões de beleza, academias de ginástica e atividades culturais. Restaurantes podem funcionar apenas no sistema de delivery.
Contudo, o governo decidiu manter abertas escolas e universidades. António Costa justificou a decisão com “a necessidade de não voltar a sacrificar a atual geração de estudantes”.
O novo “lockdown” tem validade de 15 dias, mas o primeiro-ministro já adiantou que durará pelo menos um mês. Costa não informou se a eleição presidencial, marcada inicialmente para 24 de janeiro, será adiada.
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