FBI trabalha para tentar evitar ataque interno de militares na posse do democrata Joe Biden

 
Faltando dois dias para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, marcada para quarta-feira (20), as Forças Armadas americanas não descartam a possibilidade de ataques partindo de dentro da própria equipe de segurança.

Por conta dessa suspeita, o FBI está analisando individualmente cada um dos 25 mil soldados da Guarda Nacional designados para fazer a segurança da cerimônia, em Washington, afirmou o secretário do Exército dos Estados Unidos, Ryan McCarthy. Até o momento, não há indicações ou ameaças específicas, mas os comandantes seguem em alerta.

A cerimônia de juramento de Biden ocorrerá no Capitólio, invadido por apoiadores do atual presidente, Donald Trump, em 6 de janeiro, quando o Congresso realizava a sessão para certificar a vitória do democrata nas eleições presidenciais de novembro passado.

Como medida de segurança, o Capitólio está isolado e foram mobilizados pelo menos duas vezes e meia mais guardas nacionais do que em cerimônias de posse anteriores. Com um número tão grande de soldados envolvidos, não se descarta que haja entre eles simpatizantes dos extremistas que invadiram a sede do Congresso americano.

Entre os mais de 125 detidos após o ataque, que resultou na morte de cinco pessoas, estão vários militares da ativa e da reserva – no entanto, não está claro quantos deles de fato participaram dos protestos em Washington e da invasão do Capitólio.

McCarthy e vários representantes da polícia, da Guarda Nacional, do Serviço Secreto e outras autoridades de segurança se reuniram no domingo (17) para planejar uma ação conjunta para o dia da posse. O objetivo é garantir uma troca de poder democrática e sem incidentes.

“Estamos analisando continuamente o processo e dando uma segunda, terceira olhada em cada um dos indivíduos designados para esta operação”, disse Ryan McCarthy.

De acordo com o secretário do Exército, os oficiais estão conscientes da potencial ameaça, enquanto os comandantes estão atentos a quaisquer problemas dentro de suas tropas. Entre outras medidas, os nomes das pessoas envolvidas na segurança estão sendo inseridos em bancos de dados para verificar se se há algo questionável.

 
O chefe do Gabinete da Guarda Nacional, Daniel R. Hokanson, está confiante em relação aos processos para identificar potenciais ameaças. “Se houver alguma indicação de que algum dos nossos soldados está expressando opiniões extremistas, ele será entregue às forças da lei ou a situação será tratada imediatamente na cadeia de comando”, afirmou.

É comum que o Exército dos Estados Unidos verifique periodicamente as ligações entre soldados e extremismo. O fato de essa análise passar agora também pelo FBI indica uma medida de segurança adicional antes da posse.

Protestos menores que o esperado

Após o ataque ao Capitólio, vários governadores americanos mobilizaram a Guarda Nacional e ergueram cercas ao redor dos prédios dos governos, em meio a advertências de que protestos armados poderiam ocorrer em todos 50 estados antes da posse de Biden.

No domingo, porém, protestos convocados por grupos extremistas foram registrados em apenas algumas cidades e muito menores do que o esperado.

“A questão é: esses são todos? Existem outros?”, disse McCarthy. “Precisamos estar cientes disso e colocar todos os mecanismos em funcionamento para examinar minuciosamente esses homens e mulheres que apoiariam qualquer operação como essa”, completou.

Quase todos os protestos deste domingo foram realizados pelo grupo extremista Boogaloo Bois, um movimento pró-armas e anti-governo com foco numa guerra civil. No entanto, eles reuniram poucas pessoas em cidades como Salem, no Oregon, e Lansing, no Michigan.

Pesquisadores que monitoram grupos extremistas afirmam que os bloqueios em redes sociais habitualmente utilizadas por extremistas de direita nos últimos dez dias deixaram muitos grupos desorganizados. Além disso, as prisões de pessoas que participaram do ataque ao Capitólio dissuadiram muitos extremistas a participar de protestos. Muitos líderes já anunciaram que não vão se juntar às novas manifestações.

“Sinto que esta parte da batalha acabou”, disse Enrique Tarrio, líder do grupo extremista Proud Boys, que foi preso recentemente por roubar e queimar uma bandeira do movimento Black Lives Matter. (Com agências internacionais)

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