EUA: em discurso de posse, Joe Biden diz que democracia prevaleceu e pede que país supere divisões

 
O democrata Joe Biden assumiu nesta quarta-feira (20) a presidência dos Estados Unidos. Ele foi empossado como 46º presidente americano numa cerimônia realizada em frente ao Capitólio, em Washington, D.C.

Kamala Harris também foi oficializada como a 49º vice-presidente do país, a primeira mulher e a primeira pessoa de ascendência negra e indiana no cargo.

O democrata prestou o juramento de posse perante o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, colocando a mão em um enorme exemplar da Bíblia que está na família Biden há mais de um século.

“Aprendemos novamente que a democracia é preciosa, que a democracia é frágil, e esta é a hora em que a democracia prevaleceu”, disse Biden em seu discurso. Ele relembrou a violenta invasão do Capitólio há duas semanas por uma turba de partidários do seu antecessor, Donald Trump. “Hoje celebramos a vitória não de um candidato, mas de uma causa: a democracia.”

Entre os presentes na cerimônia estavam os ex-presidentes democratas Barack Obama e Bill Clinton e o republicano George W. Bush. Lady Gaga cantou o hino do país durante o evento.

Público limitado e temor de ataques

A cerimônia de posse teve público limitado, tanto por causa das restrições da pandemia quanto pela forte presença militar para garantir a segurança, diante do temor de que apoiadores de Trump inconformados com a vitória democrata cometessem atos de violência ou atentados terroristas. Ao todo, 25 mil soldados da Guarda Nacional foram deslocados para Washington, quantidade jamais vista em uma transição de governo nos EUA.

Como parte dos eventos da posse, Biden compareceu a uma missa Catedral de São Mateus Apóstolo, na capital norte-americana. Ele esteve acompanhado da sua esposa Jill Biden, além da vice-presidente Kamala Harris. Biden é o segundo católico na história dos EUA a assumir a Presidência. O primeiro foi John Fitzgerald Kennedy.

 
Em vez da multidão de apoiadores, o parque National Mall, que ladeia os prédios do governo federal, foi coberto com 200 mil bandeiras e 56 pilares de luz destinados a representar pessoas dos estados e territórios dos EUA.

Outras etapas tradicionais de posses presidenciais dos EUA também foram deixadas de lado este ano. Em vez do desfile pela Avenida Pensilvânia, haverá um memorial no Cemitério Nacional de Arlington. Já os bailes da posse deram lugar a festas pelo Zoom.

Posse em momento crítico

O democrata de 78 anos assume o governo num momento crítico para os EUA. O país passa por uma combinação sem precedentes de crise sanitária e econômica por causa da pandemia. Os EUA são o país que registraram mais mortes no mundo associadas à covid-19. O número ultrapassou a marca de 400 mil na terça-feira.

Além disso, o país ainda lida com os efeitos da invasão do Capitólio por uma turba de apoiadores de Trump. O caso rendeu a abertura de um processo de impeachment para Trump, e ação deve ter continuidade mesmo com a saída do republicano.

Antes mesmo da posse, Biden já havia prometido reverter políticas de Trump, como a saída do Acordo Climático de Paris, o rompimento com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o veto à imigração de uma série de países com maioria muçulmana. Ele ainda prometeu reunir famílias de imigrantes ilegais que foram separadas em centros de detenção diferentes na fronteira com o México. Seu governo deve anunciar, nesta quarta-feira, 17 decretos para reverter medidas de Trump.

Para limitar a propagação do coronavírus, o novo presidente anunciou que vai assinar um decreto para tornar obrigatório o uso de máscaras em prédios federais e para funcionários do governo central. (Com agências internacionais)

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