Bolsonaro exalta presidentes militares e classifica período da ditadura como regime “um pouco diferente”

     
    Durante a campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou – e continua afirmando – que Jair Bolsonaro, se eleito presidente da República, passaria a flertar com o autoritarismo e em algum momento daria um “cavalo de pau” na democracia. Diferentemente do que pensam os desinteressados pela política, essa manobra golpista vem se consumando em doses homeopáticas, sem que a opinião pública perceba o perigo que ronda a nação.

    Nesta quinta-feira (11), em mais uma declaração com exaltação à ditadura militar, Bolsonaro, durante visita oficial ao Maranhão, classificou o mais negro período da história brasileira como um regime “um pouco diferente do que temos hoje”.

    A declaração foi dada em cerimonia de entrega de títulos de posse a agricultores de Alcântara, onde está localizado o centro de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira. No discurso, Bolsonaro ressaltou que a Base de Alcântara, inaugurada em 1983, é uma das principais obras realizadas durante a ditadura militar.

    “Isso aqui nasceu em 1983 e foi mais uma das grandes obras dos cinco presidentes militares que tivemos no Brasil. Grandes obras ao longo de 21 anos onde vivia um regime de… um pouco diferente do que temos hoje, mas de muita responsabilidade com o futuro do país”, disse.

     
    A delinquência intelectual de Bolsonaro e seu apreço pelo totalitarismo enojam qualquer brasileiro dotado de inteligência e bom-senso, pois o “regime um pouco diferente” perseguiu, prendeu, torturou e matou os críticos da ditadura, com direito a desparecimentos.

    Os militares jamais reconheceram o período de 1964 a 1985 como ditadura, mas até hoje temem a retomada das discussões sobre o tema. Mesmo assim, os militares deixaram a caserna para participar de um governo inepto e totalitarista, que de forma recorrente ameaça a democracia e as instituições da República.

    Durante a ditadura militar ocorreram mais de 20 mil casos de tortura, sendo que 191 pessoas morreram na esteira da truculência adotada pelos governos de então e outras centenas desapareceram, sem que o Estado explicasse os fatos ou fosse responsabilizado à altura pelo ocorrido.

    Ao contrário, Bolsonaro, que sempre exalta a memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra, o torturador-geral da República, pressionou a o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos a cancelar pensões pagas a vítimas da ditadura militar.

    O brasileiro precisa sair da letargia e reagir com firmeza e celeridade contra o atual estado de coisas, antes que o caos alcance a seara da irreversibilidade. Ainda dá tempo de conter Bolsonaro e seus capangas.

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