Pfizer rejeita condições impostas pelo governo Bolsonaro para fornecer vacinas contra Covid-19

 
Qualquer ser humano com doses mínimas de cognição já percebeu que a retomada da economia no Brasil só se dará com vacinação em massa contra o novo coronavírus. Do contrário, a crise econômica que chacoalha o País continuará avançando sem piedade.

Irresponsável contumaz e a todo instante negando a ciência de forma criminosa, o presidente Jair Bolsonaro insiste em produzir cortinas de fumaça para encobrir a incompetência do governo no combate à pandemia de Covid-19, que em território verde-louro já produziu mais de 10 milhões de infectados e deixou quase 247 mil mortos.

Não obstante, o atraso na aquisição de vacinas contra a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2 deixa a extensa maioria da população exposta ao vírus e atrasa sobejamente qualquer possibilidade concreta de retomada da economia. Enquanto muitos países partiram para a compra de vacinas ainda no primeiro semestre de 2022, o governo brasileiro preferiu deixar o assunto para a última hora, pois em marcha estava uma guerra política descabida e condenável envolvendo a vacinação.

Com menos de 3% da população brasileira vacinada, o governo Bolsonaro enfrenta dificuldades para adquirir imunizantes em quantidade suficiente para proteger os cidadãos. Isso significa que o caos há de continuar no País por muito tempo.

A farmacêutica Pfizer afirmou a senadores, durante reunião virtual nesta segunda-feira (22), que não aceita as imposições feitas pelo governo brasileiro para o fornecimento de vacinas.

 
Um impasse envolvendo o laboratório americano e o Ministério da Saúde pode deixar o Brasil sem o imunizante desenvolvido em parceria com a empresa alemã de biotecnologia BioNTech. A Pfizer quer que o governo assuma a responsabilidade por eventuais reações adversas decorrentes da vacina, a partir do momento em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize o uso emergencial do imunizante ou conceda registro definitivo.

A Pfizer também exige que qualquer litígio com o governo brasileiro tenha a Câmara Arbitral de Nova York como palco de discussão. Além disso, o laboratório cobra do governo brasileiro uma garantia financeira para o fornecimento das vacinas. A farmacêutica sugere que o Brasil renuncie à soberania de ativos no exterior como garantia de pagamento e a criação de um fundo garantidor com valores depositados em conta no exterior.

Em relação à responsabilidade por possíveis reações adversas do imunizante, a Pfizer tem razão, pois se a Anvisa atestar a eficácia e a segurança da vacina, autorizando seu uso em território nacional, não há como o governo rejeitar condição.

No tocante à garantia financeira, negócios de grande vulto realizados em qualquer esfera (nacional e internacional) exigem garantias financeiras. E o governo brasileiro não pode se furtar a tal regra, principalmente considerando que investidores estrangeiros há muito olham com desconfiança para o País. Não obstante, a oscilação de humor de Jair Bolsonaro é um complicador no momento em que o Brasil está carente de vacinas.

De acordo com a Pfizer, apenas três países não aceitaram suas cláusulas para o fornecimento de imunizantes, que seguem um padrão internacional: Brasil, Venezuela e Argentina.

O Chile assinou o contrato, com cláusulas idênticas, e recebeu, em dezembro passado, milhares de doses da vacina da Pfizer, as quais já foram direcionadas ao programa de imunização do governo chileno. Até o momento, ao menos 69 países já adquiriram a vacina Pfizer-BioNTech.

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