Organização Mundial da Saúde desaconselha uso de hidroxicloroquina para prevenir Covid-19

 
A hidroxicloroquina não deve ser usada para prevenir a Covid-19, tampouco não tem efeito significativo sobre pacientes já infectados pelo novo coronavírus, concluiu um painel de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O medicamento anti-inflamatório e antimalárico não deve ser usado na luta contra a pandemia e não é mais prioridade em pesquisas sobre possíveis tratamentos conta a Covid-19, escreveram especialistas internacionais do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS em um artigo publicado nesta segunda-feira (1) no “British Medical Journal”.

Os especialistas afirmaram que sua “forte recomendação” se baseia em evidências provenientes de seis estudos envolvendo mais de 6 mil participantes com e sem exposição conhecida a uma pessoa infectada pelo coronavírus SARS-CoV-2.

Além de apontarem que a hidroxicloroquina tem efeito mínimo ou nenhum sobre a mortalidade e hospitalizações devido ao novo coronavírus, os testes também mostraram que o medicamento “provavelmente aumenta o risco de efeitos adversos”.

“O painel [de especialistas] considera que o medicamento não é mais uma prioridade de pesquisa e que recursos deveriam ser direcionados para avaliar outras drogas mais promissoras para prevenir a Covid-19”, escreveram.

 
O uso de hidroxicloroquina foi proposto no início da pandemia para tratar pacientes com o novo coronavírus, mas em junho a OMS anunciou o fim dos ensaios clínicos, após várias investigações terem demonstrado que não reduzia a mortalidade. Em outubro passado, um estudo realizado em 30 países e divulgado pela OMS já havia apontado que a hidroxicloroquina é ineficaz contra a Covid-19.

Agora a OMS desaconselha também o uso preventivo do medicamento contra a doença. A recomendação emitida pelo painel de especialistas da organização tem o objetivo de servir como uma diretriz concreta sobre o combate ao coronavírus e ajudar médicos a tomar melhores decisões para seus pacientes.

A cloroquina e sua derivada hidroxicloroquina foram amplamente defendidas tanto pelo presidente Jair Bolsonaro quanto pelo ex-mandatário dos EUA, Donald Trump, como armas contra a pandemia.

No caso de Bolsonaro, a irresponsabilidade genocida do presidente brasileiro é tamanha, que ele não apenas continua defendendo o uso da cloroquina, mas jacta-se de não ter cometido erro algum nas sugestões feitas no âmbito da pandemia. Na segunda-feira (1), ao conversar com apoiadores, Bolsonaro disse “não errei nenhuma” ao defender tratamento precoce contra Covid-19.

“Desculpe aí, pessoal, não vou falar de mim, mas eu não errei nenhuma desde março do ano passado. E não precisa ser inteligente para entender isso. Tem que ter um mínimo de caráter. Agora só quem não tem caráter que joga o contrário”, afirmou o negacionista Bolsonaro. (Com agências internacionais)

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