Diante da possibilidade de Ludhmila Hajjar recusar convite, Planalto avalia outros três nomes para a Saúde

 
No domingo (14), quando o nome da cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar surgiu como possível substituta do general da ativa Eduardo Pazuello no comando do Ministério da Saúde, o editor do UCHO.INFO disse a interlocutores que a médica dificilmente responderia positivamente à sondagem feita pelo presidente da República, que cada vez mais afunda na vala da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Hajjar reuniu-se durante três horas, no domingo, com o presidente Jair Bolsonaro, cujos desvarios no escopo da pandemia já foram duramente criticados pela médica. Participou do encontro o general Pazuello, que em comunicado divulgado pela pasta negou que esteja de saída do governo.

A decisão ainda não confirmada de recusar o convite é compreensível, já que atrelar uma exitosa carreira no campo da medicina ao estabanado governo de Bolsonaro é no mínimo irresponsabilidade profissional. Apesar de Ludhmila Hajjar já ter informado a políticos que fazem coro por sua chegada ao Ministério da Saúde que não aceitará o convite, não se pode descartar o fator da vaidade, que pode pesar nesse momento.

A cardiologista já afirmou anteriormente que o governo tem errado sobejamente nas medidas de combate à pandemia, assim como é crítica do chamado tratamento precoce. Ludhmila Hajjar disse que o medicamento defendido por Bolsonaro, a cloroquina, não é eficaz no tratamento da Covid-19 e afirmou que não se pode tratar pacientes com base em ideologia.

 
Além disso, Ludhmila, que transita com certa facilidade no meio político por atender como cardiologista algumas autoridades federais, não tem carapaça para enfrentar o discurso de ódio dos apoiadores de Bolsonaro, a começar pela tríade de filhos do presidente, que já iniciaram os ataques nas redes sociais.

No contraponto, Jair Bolsonaro, que tem sido pressionado para mudar o rumo no caso da pandemia, cometeria um suicídio político caso confirmasse o nome de Hajjar para o comando do Ministério da Saúde. Afinal, o presidente da República mandaria pelos ares o discurso negacionista que fomentou até então. O que lhe causaria enormes perdas no campo político-eleitoral.

Caso o nome de Ludhmila Hajjar não seja confirmado oficialmente, o que dificilmente deve acontecer, outros pretendentes ao posto estão no páreo. O cardiologista Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), também foi chamado para conversar com Bolsonaro. O médico José Antonio Franchini Ramires, professor titular do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, também entrou no radar do Palácio do Planalto.

Em outra ponta da disputa está o deputado federal Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), conhecido como “Dr. Luizinho”, também está cotado para substituir Pazuello. Aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ortopedista Dr. Luizinho foi secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, preside a Comissão Especial da Covid-19 no Congresso e recentemente assumiu o comando da Comissão de Seguridade Social e Família da Casa legislativa.

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