Senador Major Olímpio tem morte cerebral confirmada após complicações da Covid-19

 
O senador Major Olímpio (PSL-SP), de 58 anos, teve morte cerebral confirmada pelos médicos nesta quinta-feira (18). A informação foi divulgada nas redes sociais pela família do parlamentar, que estava internado em São Paulo desde o dia 2 de março para tratamento da Covid-19.

“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olimpio. Por lei a família terá que aguardar 12 horas para confirmar o óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, informa o perfil do senador no Twitter.

Sérgio Olímpio Gomes, conhecido como Major Olímpio, estava internado no Hospital São Camilo, na capital paulista. Em 5 de março, o senador foi transferido para uma unidade de tratamento intensivo (UTI), onde foi entubado duas vezes.

Olímpio é o terceiro senador vítima da Covid-19. Faleceram, em razão de complicações do novo coronavírus, os senadores Arolde de Oliveira (PSD-RJ), aos 83 anos, em outubro do ano passado; e José Maranhão (MDB-PB), aos 87 anos, em 8 de fevereiro.

Outros dois senadores se recuperam da doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) está internado em São Paulo, mas, segundo sua assessoria, deve receber alta amanhã. O senador Lasier Martins (Podemos-RS), que também estava internado com o novo coronavírus, anunciou, pouco tempo depois da confirmação da morte de Major Olímpio, que recebeu alta em Porto Alegre.

Natural de Presidente Venceslau, no interior paulista, Olímpio exerceu um mandato de deputado federal e dois de deputado estadual em São Paulo. Elegeu-se senador em 2018 na onda bolsonarista, mas em 2019 acabou rompendo com o presidente Jair Bolsonaro, em meio a uma disputa pelo comando da legenda em São Paulo. Olímpio acusava Flávio Bolsonaro de ser “ladrão de rachadinha”.

Antes de ingressar no PSL, em março de 2018, o senador já havia passado por Partido Verde, PDT e Solidariedade.

 
Há uma semana, a família publicou nas redes sociais do parlamentar que o quadro de saúde dele “era estável e inspirava cuidados” e pedia orações e respeito para que Olímpio continuasse o tratamento.

A piora no quadro de saúde do senador provocado por complicações da Covid-19 foi célere. Em 4 de março, o senador usou as redes sociais para dizer que estava “evoluindo satisfatoriamente” e que “apesar da gravidade e tenho fé que em breve estou de volta ao combate!”.

Mesmo internado, Major Olímpio chegou a participar, em 3 de março, de uma sessão de trabalhos do Senado, por meio de videoconferência direto do hospital. O parlamentar deixa a mulher e dois filhos.

Suplente

O sucessor do senador Major Olímpio é o empresário Alexandre Luiz Giordano. O segundo suplente, que com o falecimento de Olímpio passa a ser o primeiro, é o ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, Marcos Pontes. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giordano, 48 anos, é empresário do ramo de mineração e elegeu-se filiado ao PSL.

Em outubro de 2019, Alexandre Giordano teve o nome citado em um esquema de corrupção no Paraguai. De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, engenheiros que depuseram em uma CPI do Congresso paraguaio sobre desvios na Usina Binacional de Itaipu disseram que o empresário se apresentou como “representante” do governo Bolsonaro para negociar a venda da energia excedente paraguaia ao Brasil.

“Ele se apresentou como um representante eleito do governo. Disse que poderia conseguir a permissão, porque era bem relacionado”, afirmou em depoimento o engenheiro Pedro Ferreira, ex-presidente da estatal paraguaia Ande.

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