Desde o anúncio de que o Ministério da Saúde seria comandado pelo médico Marcelo Queiroga, a pasta continua acéfala, pois a exoneração de Eduardo Pazuello ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), assim como a nomeação do suposto novo ministro aguarda publicação.
A ideia do presidente Jair Bolsonaro, o negacionista de plantão, é encontrar na máquina do governo um cargo que garanta a Pazuello foro especial por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado, já que o general da ativa quando oficialmente deixar o Ministério da Saúde será tratado como cidadão comum, podendo ser processo e até mesmo preso por causa da forma criminosa com a pasta vem enfrentando a pandemia do novo coronavírus.
Com o País caminhando para a trágica marca de 300 mil mortos por Covid-19, Bolsonaro, que insiste em negar a ciência, afirmou nesta segunda-feira (22), durante evento no Palácio do Planalto, que o Brasil “dá exemplo” no combate à doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2 e suas perigosas variantes.
“Estamos dando certo, apesar de um problema gravíssimo que enfrentamos desde o ano passado. Mas o Brasil vem dando exemplo. Somos um dos poucos países que está na vanguarda em busca de soluções”, disse o presidente.
Que Jair Bolsonaro vive uma realidade paralela todos sabem, mas ignorar a tragédia que vem ceifando vidas, devastando famílias e levando o sistema de saúde ao caos é um comportamento que sugere esquizofrenia, com o devido respeito que merecem os esquizofrênicos.
Não há dúvida que a essa altura dos acontecimentos uma mudança de postura de Bolsonaro em relação à pandemia seria algo como “suicídio político”, até porque sua insana horda de apoiadores continua negando a ciência e criticando as medidas restritivas adotadas por estados e municípios, mas é preciso que as vítimas da Covid-19 e seus familiares sejam minimamente respeitados.
Para reforçar a catástrofe, Bolsonaro retomou seu devaneio “cloroquínico” e sugeriu no final de semana que a hidroxicloroquina seja diluída em soro e nebulizada em pacientes com Covid-19, como se o medicamento em questão tivesse alguma eficácia contra o novo coronavírus.
Como afirmamos em matéria recente, Marcelo Queiroga, o “quase ministro”, é mais um sabujo a incensar os desvarios do presidente da República. Queiroga disse há dias que visitará os hospitais de todo o País para checar a autenticidade dos atestados de óbito que têm como causa mortis a Covid-19.
Trata-se de um atentado contra os médicos, que na verdade são responsáveis pela emissão do atestado de óbito. Se Bolsonaro não sabe como avançar com sua torpe cruzada contra governadores e prefeitos, que peça para sair. Até porque, o Palácio do Planalto por certo é um enorme picadeiro, mas ainda alcançou o status de hospício.
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